Desafios e Perspectivas na Implementação dos Itinerários Formativos

a Percepção Docente em Foco

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.61389/inter.v16i47.9902

Palabras clave:

Reforma do Ensino Médio, Itinerários Formativos, Formação de Professores, Currículo, Percepção Docente

Resumen

Este artigo apresenta uma análise qualitativa das percepções de professores sobre a implementação dos Itinerários Formativos, componente central da Reforma do Ensino Médio (Lei nº 13.415/2017). A investigação, de caráter exploratório, buscou compreender os desafios, estratégias e perspectivas dos docentes a partir de entrevistas semiestruturadas. Para o desenvolvimento do trabalho foi adotada uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa do tipo estudo de caso múltiplo. O trabalho de campo foi realizado em três escolas pertencentes à rede pública estadual de um mesmo município, selecionadas de forma intencional para representar a diversidade de contextos existentes dentro daquela localidade. Os resultados, organizados em sete eixos temáticos, revelam preocupações significativas quanto à formação docente, à superficialidade e desorganização curricular, à dependência de materiais digitais padronizados, ao desengajamento discente, à precariedade do apoio institucional e ao aprofundamento de desigualdades educacionais. Conclui-se que a efetivação da reforma exige um investimento robusto em formação continuada contextualizada, na valorização da autonomia docente e na construção de um currículo integrado e significativo, alinhado às demandas dos estudantes e à realidade das escolas públicas

Biografía del autor/a

Rosemberg Ferracini, UFTM Uberaba

Professor Adjunto na Universidade Federal do Triângulo Mineiro Uberaba no curso de Geografia e na Pós-Graduação em Educação PPGE -UFTM. Doutorado em Geografia pela USP - Atua no ensino e pesquisa na área de Geografia, História e Pedagogia: Ensino de África, Africanidades, Étnico-Racial, com ênfase na Formação de Professor, Metodologia e Prática de Ensino, Currículo e Didática.

Alison Antunes dos Santos, USP-Ribeirão Preto

Graduado em História (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Federal de Uberlândia (2020). Atua como professor de História no Ensino Médio da rede pública do estado de São Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Atualmente, doutorando em Educação na Universidade de São Paulo (USP), com investigações centradas nas políticas educacionais da reforma do Ensino Médio, currículo e os impactos do neoliberalismo na educação brasileira.

Citas

APPLE, M. W. Ideologia e currículo. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BARBOSA, L. N.; ALVES, M. A. Plataformização da educação: a subordinação do pedagógico ao digital. Educação & Sociedade, v. 44, p. 1-18, 2023.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 fev. 2017.

BUGS, R. D.; TOMAZETTI, E. M.; OLIARI, J. R. A reforma do ensino médio: flexibilização curricular e aprofundamento das desigualdades educacionais. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 36, n. 1, p. 87-107, 2020.

BUCKINGHAM, D. O mito dos nativos digitais. In: ______. (Org.). Cultura digital, educação midiática e o lugar da escola. Campinas: SP: Unicamp, 2023. p. 15-31.

COSTA, M. V. Novas tendências e caminhos na formação contínua de professores. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 35, p. 136-147, 2007.

CUBAN, L. Oversold and Underused: Computers in the Classroom. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2001.

FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 2010.

FREDRICKS, J. A.; BLUMENFELD, P. C.; PARIS, A. H. School engagement: potential of the concept, state of the evidence. Review of Educational Research, v. 74, n. 1, p. 59-109, 2004.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. S.; ANDRÉ, M. E. D. A. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Cadernos de Pesquisa, [S. l.], v. 42, n. 145, p. 651-679, 2011.

GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, 2012.

hooks, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MERRIAM, S. B. Qualitative research: a guide to design and implementation. San Francisco: Jossey-Bass, 2009.

NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

PATTON, M. Q. Qualitative research & evaluation methods. 3. ed. Thousand Oaks: Sage, 2002.

SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

Publicado

2025-12-18

Cómo citar

Ferracini, R., & Santos, A. A. dos. (2025). Desafios e Perspectivas na Implementação dos Itinerários Formativos: a Percepção Docente em Foco. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 16(47). https://doi.org/10.61389/inter.v16i47.9902

Número

Sección

Dossiê: Implicações das políticas curriculares em âmbito nacional e internacional