O currículo integrado do Instituto Federal do Ceará frente à flexibilização curricular do Novo Ensino Médio
posições, encaminhamentos e contradições
DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v16i47.9914Palabras clave:
Políticas Educacionais, Ensino Médio, Currículo, IFCE, Flexibilização CurricularResumen
Este artigo objetiva analisar as repercussões das recentes reformas educacionais em cursos ofertados na rede federal de ensino médio, especialmente após a Lei n.º 13.415/2017, que recebeu a nomenclatura de Novo Ensino Médio (NEM). A pesquisa buscou responder às seguintes questões: 1) Qual o conteúdo da disputa hegemônica posta a partir da Lei n.º 13.415/2017 nos Institutos Federais (IFs)? 2) Qual tem sido a posição assumida pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE) frente à flexibilização curricular? 3) Como tem sido realizado o processo de reformulação dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) no contexto do NEM? Do ponto de vista metodológico, a pesquisa analisou documentos oficiais produzidos pelo Fórum de Dirigentes de Ensino (FDE) do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), IFCE e PPCs de ensino médio integrado do IFCE, campus Iguatu. A fundamentação teórica está alicerçada em autores do Materialismo Histórico e Dialético. Concluímos que, apesar da defesa do ensino médio integrado em documentos oficiais, a rede federal de ensino tem aderido à flexibilização curricular proposta pelo NEM de maneira silenciosa e gradativa, tomando como estratégia a conciliação de ambas as concepções. No IFCE, essa adesão teve como resultados o abandono da concepção de educação politécnica que orienta filosoficamente a noção de currículo integrado dos IFs e o atrofiamento da Formação Técnica e Profissional (FTP) de nível médio.
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