Empoderamento feminino em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos

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Autores

  • Agenor Francisco de Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Elizângela Cristiane Rozendo de São José Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Resumo

Resumo: O presente artigo procurou refletir sobre a forma como o escritor brasileiro Graciliano Ramos, empodera a personagem feminina Sinhá Vitória no seu último romance: “Vidas Secas”. Através do estudo bibliográfico, na área da teoria literária, baseando-se nas obras de Brandão (2013), Bonetti (2011), Dalcastagnè (2015), Goldemann (1976) dentre outros, foi possível observar que a própria história é pontuada por lutas, fracassos e sucessos da mulher na conquista por seus direitos. Tecendo incursões sobre o espaço, gênero e suas possibilidades na literatura brasileira, de início realizou-se a contextualização histórica, especificamente sobre o papel da mulher nas religiões, nas Revoluções, na história brasileira e presença em algumas obras literárias. Foi realizado um estudo da obra “Vidas Secas”, ensejando desvendar os espaços psicológicos construídos por Graciliano para revelar o poder exercido por Sinhá Vitória. O espaço extratextual de “Vidas Secas” traz a ressignificação da luta, da exploração, da degradação humana, cujos valores simbólicos encontram ressonância na permanente luta numa sociedade de cultura machista. A mulher, nordestina, sertaneja e sobrevivente, empodera-se, ousa-se, permite-se, numa intenção explicitamente ficcional, mas ancorada em seu viés realista, encontrando em Sinhá Vitória a sua representação.   

PALAVRAS CHAVE: empoderamento feminino; espaço literário; crítica social.

Biografia do Autor

Agenor Francisco de Carvalho, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS

Professor Assistente (Departamento de Letras)

Referências

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Publicado

2017-09-05

Como Citar

DE CARVALHO, Agenor Francisco; DE SÃO JOSÉ, Elizângela Cristiane Rozendo. Empoderamento feminino em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 16, p. 286–310, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1505. Acesso em: 28 mar. 2024.