Por uma maternidade literária: Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus e Joremir de Assis de Ferreira em diálogo
Visualizações: 768Keywords:
escrita literária, literatura de mulheres negras, vida e escrita.Abstract
Neste artigo percorro um conjunto de ideias que proponho como um modo de compreensão do espaço de criação literária, artística e política de escritoras negras contemporâneas brasileiras. Esse espaço em questão foi pensado a partir de uma figuração do corpo feminino, onde busquei ancorar meu raciocínio, a partir das noções de maternidade literária e ventre gerador, tendo como ponto central fragmentos dos manuscritos biográficos de Joremir de Assis Ferreira, minha avó-mãe de criação, lido em diálogo com escritas de outras duas autoras negras da literatura brasileira, Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, que por sua vez, amplificam questões das vivências negro-femininas. O procedimento de leitura é de matriz afetiva e parte de figurações de espaços do corpo feminino em gestação, o procedimento metodológico que organiza a análise parte da ideia de leitura em roda (Miranda, 2019). O objetivo deste artigo é demonstrar a relação político-afirmativa partilhada tanto pela escrita literária de autoras negras brasileiras já reconhecidas quanto escritas não difundidas, que se dão no cotidiano e na intimidade de mulheres negras.
References
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011. (Consciência em debate)
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2003. 132 p.
EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2006. 120p.
FERREIRA, Joremir de Assis. Manuscritos inéditos, 2019.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo. 3. ed., São Paulo: Ediouro, 1976.
JESUS, Carolina Maria de. Diário de Bitita. São Paulo: SESI-SP Editora, 2014.
FIGUEIREDO, Angela; GROSFOGUEL, Ramón. Por que não Guerreiro Ramos?: Novos desafios a serem enfrentados pelas universidades públicas brasileiras. In: Ciência e Cultura, v.59, .2, pp. 36-41, 2007.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade”. In: Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92/ 93, p. 69-82, jan./jun. 1988a.
hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.
MIRANDA, Fernanda. Silêncios prescritos: estudos de romances de autoras negras brasileiras (1859- 2006). Rio de Janeiro: Malê, 2019.
MIRANDA, Fernanda. A roda como forma de ler romancistas negras brasileiras. Disponível em: http://www.suplementopernambuco.com.br/edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/77-capa/2289-a-roda-como-forma-de-ler-romancistas-negras-brasileiras.html . Acessado em 12 de março de 2020.
NATÁLIA, Lívia. Literatura Negra Uterina Parte Final. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_Ksj1UYfzCE . Acessado em 10 de março de 2020.
NATÁLIA, Lívia. #selfiepoesia - lívia natália. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=g7gIgE41pwg. Acessado em 10 de março de 2020.
SANTOS, Mirian Cristina dos. Intelectuais Negras: Prosa Negro-Brasileira Contemporânea. Rio de Janeiro: Malê, 2018.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).