A fúria do corpo e sua potência grotesca: incursões no romance de João Gilberto Noll

Visualizações: 753

Autores

Palavras-chave:

A fúria do corpo, corpo grotesco, baixo corporal, carnavalesco

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar em imagens de corpos dispostas no romance A fúria do corpo, de João Gilberto Noll, o modo pelo qual são desatendidas concepções estanques e habituais para a representação do corpo e da existência humana. Para tanto, toma-se o conceito de corpo grotesco, na clave de Mikhail Bakhtin, em cuja ambiência carnavalizante de mutações, hibridismos e, sobretudo, demolições de hierarquias do inferior e do superior – no corpo e na vida – é produzida uma reviravolta de valores, fundamental para a desconstrução de verdades totalizantes.

Biografia do Autor

Sayonara Amaral de Oliveira, Universidade do Estado da Bahia

Doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia e Professora Titular da Universidade do Estado da Bahia, onde atua como docente permanente no Programa de Pós-graduação em Estudo de Linguagens. 

Referências

BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. de Yara Frateschi Vieira. São Paulo: HUCITEC; Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1996.

CAMARGO, Fábio Figueiredo. O único roteiro é o corpo. O corpo. In: CAMARGO, Fábio Figueiredo et al. (org.). Ensaios sobre romances dos séculos XX e XXI. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2014. p. 154-178.

CLARK, Katerina; HOLQUIST, Michael. Mikhail Bakhtin. Trad. de J. Guisburg. São Paulo: Perspectiva, 2004.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Trad. de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

NOLL, João Gilberto. A fúria do corpo. Romances e contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 19-205.

NOLL, João Gilberto. Entrevista a Moacyr Scliar – A busca do romance sinfônico. Isto é, São Paulo, Abril Cultural, fevereiro, 1987.

SANTIAGO, Silviano. Poder e alegria: a literatura brasileira pós-64 – reflexões. Nas Malhas da letra. São Paulo: Companhia das Letras, 2002a. p. 13-27.

SANTIAGO, Silviano. O Evangelho segundo João. Nas Malhas da letra. São Paulo: Companhia das Letras, 2002b. p. 72-78.

SFEZ, Lucien. A saúde perfeita; crítica de uma nova utopia. Trad. de Carlos Bagno. São Paulo: Loyola, 1996.

SOUZA, Francisco Renato de. O apocalipse da escrita em A fúria do corpo, de João Gilberto Noll. Em tese, BELO HORIZONTE, n. 2, v. 24, maio-ago 2018. p. 23-41.

WYLER Vivan. Sem disfarces. Jornal do Brasil, 05 dez, 1981 – Caderno Ideias.

PAZ, Octavio. Os filhos do barro; do Romantismo à Vanguarda. Trad. de Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac & Naify, 2013.

TREECE, David. Prefácio. Romances e contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 7-16.

Downloads

Publicado

2021-01-21

Como Citar

DE OLIVEIRA, Sayonara Amaral. A fúria do corpo e sua potência grotesca: incursões no romance de João Gilberto Noll. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 25, p. 554–571, 2021. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/5283. Acesso em: 28 mar. 2024.