Perspectives on Um Defeito De Cor

Visualizações: 41

Authors

DOI:

https://doi.org/10.61389/revell.v3i36.7446

Keywords:

Black Reason, Racism, Whiteness, Amefrican Literatures

Abstract

Considering the novel Um defeito de cor [A Color Defect], by Ana Maria Gonçalves (2009), as part of a symbolic system, this study aims to promote a debate around possible meanings listed in the expression presented in the title of the work, that is, color defect, in its articulation with the idea of ​​race. To accomplish this, we resort to what is proposed by Achille Mbembe (2019), Grada Kilomba (2019), Édouard Glissant (2021), Conceição Evaristo (2008), Frantz Fanon (2008), Lourenço Cardoso (2010), among others. As a starting point for the analyses undertaken, the perception of a cultural context in which the light skin, as a phenotypic characteristic related to humans classified as caucasian, constitutes a normative standard. In other words, the discussion starts from the principle of whiteness as a norm underlying the [Western] ideal of being human. In the following section, we discuss the semantic dispute configured around the black skin phenotype. In the bulge of this topic, are also addressed the significant Black and race. Finally, it is observed that if the title of the novel by Ana Maria Gonçalves (2009) alludes to the discourse of hegemonic power that aims to naturalize the social hierarchies constituted based on the idea of race, the image that illustrates its cover invites us to reflect on how the body – despite the marks of the colonial wound – is not limited to discourses, or the concepts and senses attributed to it. The analysis carried out, centered on the title of the novel Um defeito de cor [A Color Defect], is an indication of the epistemic potential of amefrican literatures in terms of engendering anti-racist and de[s]colonial reflections.

Author Biography

Ella Ferreira Bispo, UFPI

Mestra e doutoranda em Letras, na área de concentração em Literatura, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Piauí; bolsista CAPES; integrante do Projeto de Pesquisa e Extensão Teseu, o labirinto e seu nome e do Grupo de Pesquisa CNPq Americanidades: lugar, diferença e violência. Ademais, participa do IFARADÁ (UFPI) – Núcleo de Pesquisa Sobre Africanidades e Afrodescendência. 

References

ALVES, Alcione Correa. Mulheres deixam traços nas águas? Organon (UFRGS), Porto Alegre, v. 29, n. 57, p. 77-98, jul./dez. 2014.

ALVES, Míriam Cristiane; ALVES, Alcione Correa (orgs). Epistemologias e metodologias negras, descoloniais e antirracistas. Série Pensamento Negro Descolonial. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2020. (E-book) Disponível em: https://editora.redeunida.org.br/project/epistemologias-e-metodologias-negras-descoloniais-e-antirracistas/. Acesso em: ago. 2021.

BENTO, Cida. O pacto da Branquitude. São Paulo, Companhia das Letras: 2022.

BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1996.

BISPO, Ella Ferreira; ALVES, Alcione Correa. Enunciar desde nossos lugares, “para que nuestra identidad no se vaya al abismo”. Signo, Santa Cruz do Sul, v. 40, n. 69, p. 88-99, jul./dez. 2015.

BOSI, Alfredo. Sob o signo de Cam. In: BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 246-272.

BOURDIEU, Pierre. Sobre o poder simbólico. In: BOURDIEU, Pierre. ¬¬¬¬¬O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. p. 7-16.

CARDOSO, Lourenço. Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, n. 01, v. 08, p. 607-630, jan./jun. 2010.

CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo. Curitiba: Appris, 2020.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 340 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005.

CARVALHO, J. C. B. de; ALVES, A. C. O porão do navio negreiro como digênese nos romances Um defeito de cor e O crime do cais do Valongo. Via Atlântica, [S. l.], v. 1, n. 41, p. 345-376, 2022.

CARVALHO, José Jorge de. Racismo fenotípico e estéticas da segunda pele. Cinética: revista eletrônica, Rio de Janeiro, p. 1-14, jan. 2008.

CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Tradução de Noémia de Sousa. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1978.

CHARAUDEAU, Patrick. Os estereótipos, muito bem. Os imaginários, ainda melhor. Tradução de André Luiz Silva e Rafael Magalhães Angrisano. Entrepalavras, Fortaleza, v. 7, p. 571-591, jan./jun. 2017.

NASCIMENTO DOS SANTOS, Daiana. História e Memória no romance Um defeito de cor, Izquierdas, Santiago, n. 31, p. 162-171, 2016.

DALCOM JÚNIOR, Marcelo Cruz. Nas entrelinhas de um defeito de cor de Ana Maria Gonçalves. 2013. 80 f. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2013.

DEFEITO. In: DICIONÁRIO infopédia da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionários/lingua-portuguesa/defeito. Acesso em: 17 jun. 2021.

EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.

EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escre(vivência) de dupla face. In: MOREIRA, Nadilza; SCHNEIDER, Liane (org.). Mulheres no mundo: etnia, marginalidade, diáspora. João Pessoa: Ideia: Editora Universitária - UFPB, 2005, p. 201-212.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FANON, Frantz. Racismo e cultura. In: FANON, Frantz. Em defesa da revolução africana. Tradução de Isabel Pascoal. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1980. p. 32-48.

FIGUEIREDO, Eurídice. Representações de etnicidade: perspectivas interamericanas de literatura e cultura. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.

GENETTE, Gerard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Tradução de Luciene Guimarães e Maria Antonia Ramos Coutinho. Belo Horizonte: Edufmg, 2006.

GLISSANT, Édouard. Poética da Relação. Tradução de Marcela Vieira e Eduardo Jorge de Oliveira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

GLISSANT, Édouard. O mesmo e o diverso. In: BERND, Zilá (coord.). Antologia de textos fundadores do comparatismo literário interamericano. Tradução de Normélia Parise. Porto Alegre: UFRGS, 2001. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/. Acesso em: 28 out. 2020.

GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da Amefricanidade. In: GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia González em primeira pessoa… Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018, p. 321-334.

GURAN, Milton. Agudás - de africanos no Brasil a ‘brasileiros’ na África. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, out. 2000, p. 415-424.

KILOMBA, Grada. Dizendo o indizível: definindo o racismo. In: KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MARX, Karl. A assim chamada acumulação primitiva. In: MARX, Karl. O Capital: crítica da Economia Política. Livro I: O processo de produção do capital. Tradução de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013. p. 785-833.

MATIJASCIC, Milko; SILVA, Tatiana Dias (EE.). Situação social da população negra por estado. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: IPEA, 2014.

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: N-1 edições, 2019.

MIGNOLO, Walter. La idea de América Latina: La herida colonial y la opción decolonial. Tradução de Silvia Jawerbaum e Julieta Barba. Barcelona: Gedisa, 2007.

MIRANDA, Fernanda Rodrigues de; OLIVEIRA, Maria Aparecida Cruz de (Orgs.). Ana Maria Gonçalves: cartografia crítica. Brasília, Edições Carolina: 2020.

OLIVEIRA, Anderson José Machado de. Padre José Maurício: “dispensa de cor”, mobilidade social e recriação de hierarquias na América portuguesa. In: GUEDES, Roberto (org.). Dinâmica Imperial no Antigo Regime Português: escravidão, governos, fronteiras, poderes, legados – séc. XVII-XIX. Rio de Janeiro: Mauad X, 2011. p. 51-66.

QUIJANO, Aníbal. Cuestiones y Horizontes: de la dependencia histórica-estructural a la colonialidad/descolonialidad del poder. Bueno Aires: CLACSO, 2014.

SEGATO, Rita Laura. Raça é signo. Série Antropologia. Brasília, n. 373, 2005. Disponível em: www.unb.br/ics/dan/Serie373empdf.pdf. Acesso em: 10 jul. 2022.

SOUZA, Elio Ferreira de. A carta da escrava ‘Esperança Garcia’ de Nazaré do Piauí: uma narrativa de testemunho precursora da literatura afro-brasileira. Literafro: Portal da Literatura Afro-Brasileira, n. 20, jun./jul. 2016.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa e André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

WALSH, Catherine. “Raza”, mestizaje y poder: horizontes coloniales pasados y presentes. Crítica y Emancipación: Revista latinoamericana de ciencias sociales, Buenos Aires, CLACSO, ano II, n. 3, p. 95-124, 1. sem. 2010.

Published

2024-07-10

How to Cite

BISPO, Ella Ferreira. Perspectives on Um Defeito De Cor. REVELL - UEMS JOURNAL OF LITERARY STUDIES, [S. l.], v. 3, n. 36, p. 394–418, 2024. DOI: 10.61389/revell.v3i36.7446. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/7446. Acesso em: 18 jul. 2024.