Daniel Jonas e a pintura

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Palabras clave:

Daniel Jonas, Iconotexto, Pintura

Resumen

Parte da nova poesia portuguesa contemporânea, Daniel Jonas tem se destacado como um poeta afeito a questões formais e clássicas, como é exemplo seu exercício de atualização do soneto. A tradição aparece não somente alinhavada ao próprio literário, mas também por meio de referências e de diálogos diretos com outras artes, em especial a pintura. Neste artigo, seleciono três poemas do livro Bisonte, publicado em 2016, arquitetados a partir de relações pictóricas: “Hopper no café”, “Par mínimo II” e “Dos fuzilamentos da montanha do Príncipe Pío”. As pinturas e estéticas de Edward Hopper, Édouard Manet, Claude Monet e Francisco de Goya são evocadas para a construção de uma “poética do iconotexto” (LOUVEL, 2006), que, mediante fabulações memorialísticas, se apresenta de modo estruturante. Nesse sentido, o intuito maior deste artigo é averiguar em que medida as imagens picturais in absentia (VOUILLOUX, 1994), evocadas nos poemas aqui recortados, se mostram sedimentos da poética de Daniel Jonas.

Biografía del autor/a

Roberto Bezerra de Menezes, Universidade Federal de Minas Gerais / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Professor de Literatura Portuguesa. Desenvolve pesquisas na área de Literaturas Modernas e Contemporâneas de Língua Portuguesa. Atualmente, é bolsista PNPD (CAPES) junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG, com pesquisa sobre as poéticas de Daniel Jonas e Paulo Henriques Britto.

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Publicado

2019-11-14

Cómo citar

MENEZES, Roberto Bezerra de. Daniel Jonas e a pintura. REVELL - REVISTA DE ESTUDIOS LITERARIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 22/1, p. 38–64, 2019. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/3694. Acesso em: 22 jul. 2024.