A metaficção historiográfica em Machado, romance de Silviano Santiago
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https://doi.org/10.61389/revell.v2i29.6471Palabras clave:
Literatura, história, metaficção.Resumen
Este trabalho é sobre o romance Machado (2016), de Silviano Santiago, cujo propósito principal é compreender as relações entre Literatura e História presentes na ficcionalização do escritor Machado de Assis como personagem. Nesse sentido, buscamos alguns apontamentos de György Lukács em O romance histórico (2011), pois a discursividade na ficção é apresentada por meio da mescla indissociável entre o discurso ficcional e o histórico. Ambos são constituídos pela textualização em prosa, porém o primeiro diz respeito ao imaginário e o segundo ao factual. Logo, verifica-se a problematização da narrativa por ser permeada pela organização subjetiva e metadiscursiva do narrador-personagem, o qual faz apontamentos acerca de sua forma de narrar e da vida e da obra do escritor ficcionalizado, de modo a evidenciar seu conhecimento especializado a respeito da história do Rio de Janeiro, da história da literatura e de crítica literária. É importante compreender as definições de metaficção historiográfica, propostas por Linda Hutcheon, em A poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção (1991), justamente por se tratar de uma ficção histórica contemporânea que apresenta uma narrativa intensamente autoconsciente. Esses traços são evidenciados a partir das análises de recortes do romance e das referências críticas e teóricas de que dispomos.
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