As peles da ficção
erotismo, psicanálise e linguagem em A confissão de Lúcio
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https://doi.org/10.61389/revell.v2i35.7317Palabras clave:
Literatura portuguesa, Mário de Sá-Carneiro, erotismo, psicanálise, lutoResumen
Uma narrativa sobre um desejo homossexual interdito, no início do século XX, em um dos países mais católicos da Europa, é um desafio não só moral, mas literário, uma vez que esse desafio exige uma forma tão revolucionária quanto o conteúdo que se lhe apresenta. A estrutura narrativa de A confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro, possibilita o entrecruzamento proposto por este trabalho entre erotismo, psicanálise e linguagem. Propomos a leitura de que a obra cria um relato pessoal narrativo que flutua, assumidamente, entre o inverossímil e o factual, revelando-se um trabalho de elaboração do luto que causou essa confissão. Nesse processo de luto, a literatura se propõe como o ardil erótico que mantém viva a libido que era investida nos objetos no centro da perda, a partir da materialidade corporal da própria linguagem em seu logro magnífico de ser mais sensorial que imitativa, mais teatro que instrumento (BARTHES, 2013, p. 17). Guiados principalmente por Georges Bataille, Octavio Paz, Sigmund Freud e Roland Barthes, buscaremos investigar como a forma e o conteúdo dessa obra dão conta de representar o desejo entre as personagens, seus véus e desvelamentos, seus segredos e confissões.
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