Dialogando no branco

a linguagem poética de Emily Dickinson e de Florbela Espanca

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.61389/revell.v1i39.9628

Palabras clave:

linguagem poética, branco, Emily Dickinson, Florbela Espanca

Resumen

Este artigo propõe a análise contrastiva da linguagem poética de Emily Dickinson e de Florbela Espanca, com foco no uso simbólico da cor branca em alguns de seus poemas. O trabalho explora a maneira como ambas as poetas utilizam a cor branca para expressar emoções complexas e abordar temas como a morte e a dor. A análise identifica e discute as nuances simbólicas que o branco assume em suas obras, transformando-se em um ponto de articulação entre silêncio e palavra. Baseando-se nas reflexões de Vilém Flusser (2011), o estudo considera o branco como um meio de lidar com o inarticulável. Os poemas “Castelã da tristeza” e “Cemitérios”, de Florbela Espanca, e “Coisa solene – era – eu disse –” e “A Cor da Tumba é Verde –”, de Emily Dickinson, traduzidos por Adalberto Müller, são investigados para discutir o uso simbólico do branco. Esses textos poéticos estabelecem um diálogo entre as duas autoras ao associarem a cor branca à morte e à dor. Ao promover um diálogo entre duas autoras de contextos distintos, o estudo revela convergências e divergências em suas abordagens poéticas, demonstrando como temas universais são reinterpretados de maneiras únicas. Dessa forma, contribui para os estudos literários, aprofundando a compreensão dos recursos estilísticos de Dickinson e de Espanca e suas implicações filosóficas e existenciais. A pesquisa evidencia como ambas as poetas, embora de maneiras distintas, tecem um diálogo implícito, perceptível por meio da análise contrastiva de seus textos poéticos, utilizando o branco para lidar com o inarticulável.

Biografía del autor/a

Letícia Rodrigues de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestranda em Estudos de Linguagens na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail: leticia_oliveira@ufms.br

Rosana Cristina Zanelatto Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo - Brasil. Realizou estágio pós-doutoral na Universidade de Brasília e na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Brasil. Professora Titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Brasil. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq - Brasil. E-mail: rosana.santos@ufms.br

Citas

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Publicado

2025-06-05

Cómo citar

RODRIGUES DE OLIVEIRA, Letícia; ZANELATTO SANTOS, Rosana Cristina. Dialogando no branco: a linguagem poética de Emily Dickinson e de Florbela Espanca. REVELL - REVISTA DE ESTUDIOS LITERARIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 39, 2025. DOI: 10.61389/revell.v1i39.9628. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/9628. Acesso em: 20 jun. 2025.

Número

Sección

Tema Livre