Chamada para publicação 2018. v.3, n. 20

2018-07-25

Chamada para publicação 2018. v.3, n. 20

 

NOVAS NARRADORAS LATINO-AMERICANAS: CORPO, MEMÓRIA, IMAGINÁRIO

 

Numerosos críticos e ainda mais numerosos leitores nos advertem nos últimos anos do advento de uma produção narrativa invocadora, quantativamente importante, repartida de maneira muito proporcionada ao longo do subcontinente latino-americano, e que não cessa de crescer e ampliar-se: nos referimos a literatura de ficção – seja romance o conto – escrita por mulheres nascidas, grosso modo, a partir dos anos de 1960. É claro que estas escritoras jovens contam com antecedentes ilustres na história da literatura latino-americana do século XX, tais como Clarice Lispector, Luisa Valenzuela, Marvel Moreno, Elena Poniatowska, Ana María Shua, Laura Restrepo, Gioconda Belli, Josefina Plá, Nélida Piñón, Carolina Maria de Jesus e tantas outras que seria impossível mencionar aqui, também é certo que as escritoras que nos referimos constituem um novo paradigma altamente heterogêneo e saudavelmente original. Não houve tempo ainda de filtrar globalmente o fenômeno nem de estabelecer um tipologia operativa no interior de tal constelação. Mas ao lê-las é fácil comprovar que os pontos de vista são inéditos; os temas tradicionais como a família, o casamento, o corpo são radicalmente relidos; as modalidades genéricas sitiadas e reformuladas, o realismo muitas vezes contestado e/ou transfigurado por aberturas imprevistas, perspectivas inusitadas ou rupturas estratégicas. Ou, pelo contrário, a narração implica uma forma de auscultação – do entorno, da família, do corpo e de suas anomalias - minuciosa, obsessiva, mais perto da crónica que da ficção, mas articulada como um gesto próprio a uma subjetividade - a algumas subjetividades - outra(s). O surgimento de universos mais ou menos distópico, claustrófobos, mágico, ameaçadores, aterrorizantes ou fantásticos, onde o assédio, abuso, somatização, o silêncio são os materiais com os quais se constroem armadilhas sociais e familiares, é sem dúvida uma das características marcantes desses textos, embora as variedades sejam múltiplas e o espectro tão amplo que é difícil privilegiar um aspecto sem negligenciar os outros. Em todo caso, o fenômeno já alcançou dimensão internacional: muitas dessas escritoras são traduzidas, lidas, estudadas e premiadas fora da América Latina, e não poucas entre elas que vivem no exterior. Acompanhamos esta chamada com uma primeira lista, sem dúvida, não totalmente exaustiva das autoras para s quais remetemos. Basta citar de imediato nomes como Samantha Schweblin, Mariana Enriquez, Lina Merouane, Guadalupe Nettel, Gabriela Aleman, Valeria Luiselli, Liliana Colanzi, Aura Xilonen, Selva Almada, Cristina Rivera Garza, Patricia de Sousa, Ana Paula Maia, Veronica Stigger, Patricia Melo, Conceição Evaristo, Teresa Cárdenas, Jarid Arraes, Ana Maria Gonçalves, Cristiane Sobral, entre outras, para ter um primeiro corpus multifacetado.  Parece necessário salientar que, apesar da heterogeneidade já apontada, essas escritoras estão inscritas em um momento histórico em que os estudos de gênero e as demandas feministas não só avançaram por toda a América Latina, mas, em muitos casos, marcaram e estão marcando com sua impressão, muitas vezes radical e indubitavelmente desestabilizadora das sociedades patriarcais muito consolidadas, da esfera pública e da ação política.

 

A proposta do número que chamamos levaria então essa emergência como objeto de estudo, para o qual sugerimos os seguintes eixos:

1 - Tentativas de definição, caracterização e tipologia: Quais são - se houver - os traços comuns que ligam esses autores, quais são as interações que podem ser estabelecidas entre eles e suas circunstâncias históricas, políticas e sociais? Podem ser lidos / lidos de maneira feminista? Quais são os gêneros e subgêneros dominantes, e como essa preeminência é explicada? Quais são os procedimentos privilegiados?

2 – Subjetividades: Que tipo de subjetividades essas escritoras e suas personagens incorporam? Como são construídas, como se demarcam das representações convencionais, desconstroem-nas ou desafiam-nas? Como o corpo e suas representações funcionam? Anormalidades e sublimações.

3 - Família e afiliação: Quais são as representações das relações familiares, o casal, a maternidade? Quais são as opções, as questões, as alternativas, a toxicidade ou os graus de fusão? Como são as questões de filiação, relações mãe-filha, estratégias de transmissão da memória familiar, memória de gênero e memória histórica organizada simbolicamente? Abusos, assédio, violações, confinamentos.

4 - Espaço e função do imaginário: Delírios, exploração de sonhos, superstições, magia, interstícios através dos quais o fantástico, o inexplicável, o alegórico, o profético se fazem. Figuras espectrais, monstros todos os dias, bruxas, presenças tutelares. O estranho, o inexplicável, o oculto, o misterioso. Relendo o fantástico.

5 – Redes: Que tipo de relações ou trocas essas escritoras têm unas com as outras? Que relação elas têm com as tradições literárias de seus países e do subcontinente? Quais seriam suas afiliações literárias? Circuitos de distribuição e reconhecimento na América Latina e no exterior. Especificidades do status da mulher-escritora-migrante que algumas delas compartilham.

 

As contribuições devem ser submetidas na página da REVELL:  http://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/index

 

Data limite para submissão no sistema: 15/11/2018

 

Oganizadores

Professora Doutora María Angélica Semilla Durán - Université Lumière Lyon 2

Professor Doutor Andre Rezende Benatti – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

 

 

 

 

Convocatoria de publicación 2018. v.3, n. 20

 

NUEVAS NARRADORAS LATINOAMERICANAS: CUERPO, MEMORIA, IMAGINARIO

 

Numerosos críticos y aún más numerosos lectores han advertido en los últimos años el advenimiento de una producción narrativa innovadora, cuantitativamente importante, repartida de manera muy proporcionada a lo largo del subcontinente latinoamericano, y que no cesa de crecer y de ampliarse: nos referimos a la literatura de ficción- ya sea novela o cuento- escrita por mujeres nacidas grosso modo a partir de los años 1960. Si bien es claro que estas escritoras jóvenes cuentan con antecedentes ilustres en la historia de la literatura latinoamericana del siglo XX, tales como Clarice Lispector, Luisa Valenzuela, Marvel Moreno, Elena Poniatowska, Ana María Shua, Laura Restrepo, Gioconda Belli, Josefina Plá, Nélida Piñón, Carolina Maria de Jesus,  y tantas otras que sería imposible mencionar aquí, también es cierto que las escritoras a las que nos referimos constituyen un nuevo paradigma altamente heterogéneo y saludablemente original. No ha habido tiempo todavía de cerner globalmente el fenómeno ni de establecer una tipología operativa en el interior de tal constelación. Pero al leerlas es fácil comprobar que los puntos de vista suelen ser inéditos; los temas tradicionales como la familia, la pareja, el cuerpo son radicalmente releídos; las modalidades genéricas asediadas y reformuladas, el realismo a menudo impugnado y/o transfigurado por aperturas imprevistas, perspectivas insólitas o rupturas estratégicas. O bien, por el contrario, la narración implica una forma de auscultación –del entorno, de la familia, del cuerpo y sus anomalías - minuciosa, obsesiva, más cerca de la crónica que de la ficción, pero articulada como gesto propio a una subjetividad – a unas subjetividades – otra (s). La irrupción de universos más o menos distópicos, claustrófobos, mágicos, amenazantes, terroríficos o fantásticos, en los que el acoso, el abuso, la somatización, el silencio son los materiales con los que se construyen trampas sociales y familiares, es sin duda uno de los rasgos sobresalientes de estos textos, aunque las variedades son múltiples y el espectro tan amplio que es difícil privilegiar un aspecto sin desatender a otros. En todo caso, el fenómeno alcanza ya dimensión internacional: muchas de esas escritoras son traducidas, leídas, estudiadas y premiadas fuera de América Latina, y no pocas de entre ellas viven en el extranjero. Acompañamos esta convocatoria con una primera lista sin duda no totalmente exhaustiva de autoras a la que remitimos. Baste en lo inmediato citar nombres como los de Samantha Schweblin, Mariana Enríquez, Lina Merouane, Guadalupe Nettel, Gabriela Aleman, Valeria Luiselli, Liliana Colanzi, Aura Xilonen, Selva Almada, Cristina Rivera Garza, Patricia de Sousa, Ana Paula Maia, Veronica Stigger, Patricia Melo, Conceição Evaristo, Teresa Cárdenas, Jarid Arraes, Ana Maria Gonçalves, Cristiane Sobral entre otras, para disponer de un primer corpus multifacético. Nos parece necesario señalar que, a pesar de la heterogeneidad ya apuntada, estas escritoras se inscriben en un momento histórico en el cual los estudios de género y las reivindicaciones feministas no sólo han avanzado en todo el territorio latinoamericano sino que, en muchos casos, han marcado y están marcando con su impronta, a menudo radical y sin duda desestabilizadora de las muy consolidadas sociedades patriarcales, el ámbito público y la acción política.

 

La propuesta del número al que convocamos tomaría entonces esta emergencia como objeto de estudio, para lo cual sugerimos los siguientes ejes:

1 – Intentos de definición, caracterización y tipología. ¿Cuáles son – si los hay – los rasgos comunes que vinculan entre sí a estas autoras, cuáles son las interacciones que pueden establecerse entre ellas y con sus circunstancias históricas, políticas y sociales? ¿Se las puede/debe leer en clave feminista? ¿Cuáles son los géneros y los subgéneros dominantes, y cómo se explica esa preeminencia? ¿Cuáles son los procedimientos privilegiados?

2 – Subjetividades. ¿Qué tipo de subjetividades encarnan estas escritoras y sus personajes? ¿Cómo se construyen, cómo se desmarcan de las representaciones convencionales, las deconstruyen o las impugnan? ¿Cómo funcionan el cuerpo y sus representaciones? Anomalías y sublimaciones.

3 – Familia y filiación. ¿Cuáles son las representaciones de las relaciones familiares, la pareja, la maternidad? ¿Cuáles son las opciones, los cuestionamientos, las alternativas, los grados de toxicidad o de fusión? ¿Cómo se organizan simbólicamente las cuestiones de filiación, las relaciones madre-hija, las estrategias de la transmisión de la memoria familiar, la memoria de género y la memoria histórica? Abusos, acosos, violaciones, encierros.

4 – Espacio y función del imaginario. Delirios, exploración onírica, supersticiones, magia, intersticios por los que se cuela lo fantástico, lo inexplicable, lo alegórico, lo profético. Figuras fantasmales, monstruos cotidianos, brujas, presencias tutelares. Lo extraño, lo inexplicable, lo oculto, lo misterioso. Relectura de lo fantástico.

5 – Redes. ¿Qué tipo de relaciones o intercambios estas escritoras mantienen entre sí? ¿Qué relación mantienen con las tradiciones literarias de sus países y del subcontinente? ¿Cuáles serían sus filiaciones literarias? Circuitos de distribución y reconocimiento en América Latina y en el extranjero. Especificidades de la condición de mujer-escritora-migrante que algunas de ellas comparten.

 

Las contribuciones deben ser sometidas en la página de la REVELL: http://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/index

 

Fecha límite para sumisión en el sistema: 15/11/2018      

 

Oganizadores

Profesora Doctora María Angélica Semilla Durán - Université Lumière Lyon 2

Profesor Doctor Andre Rezende Benatti – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul