A história por trás do poema Halieutica, de Ovídio, segundo o romance Deus nasceu no exílio, de Vintila Horia
Visualizações: 621Mots-clés :
Ovídio, Halieutica, Vintila Horia, Hipertextualidade.Résumé
No romance Deus nasceu no exílio, o escritor romeno Vintila Horia (1960) imaginou o poeta romano Ovídio compondo um diário enquanto esteve exilado em Tomos. Em determinados trechos da obra, a personagem principal divaga sobre quais foram as motivações para escrever Halieutica, e, ao construí-las, Horia estabelece alguns tipos de relações transtextuais com o poema latino, conforme a definição proposta por Gérard Genette (2010). Em nossa perspectiva, a constatação desses fenômenos pode interferir na fruição tanto do romance quanto do poema, assim como acarretar inversões no direcionamento da leitura intertextual (FOWLER, 2000).
Références
BARCHIESI, Alessandro; HARDIE, Philip. “The Ovidian career model: Ovid, Gallus, Apuleius, Boccaccio”. In: HARDIE, Philip; MOORE, Helen (Org.). Classical literary careers and their reception. Cambridge University Press, 2010.
CERULLO, Luca. “Narraciones del retorno: Vintila Horia y la recreación mítica del exilio en Un sepulcro en el cielo (1987). In: BELLOMI, Paola; CASTRO, Cláudio; SARTOR, Elisa (eds.). Desplazamientos de la tradición clásica en las culturas hispánicas. Università di Verona, Universidade de Coimbra, 2018.
CONTE, Gian Biagio. Latin literature: a short history. J. Hopikins. 1999.
CONTE & BARCHIESI. “Imitação e arte alusiva: modos e funções da intertextualidade”. In. CAVALLO, Guglielmo. O espaço literário da Roma antiga. Trad. Daniel Peluci Carrara, Fernanda Messeder Moura. Belo Horizonte: Tessitura, 2010. p. 87-121.
DELLA-CORTE, Francesco. & FASCE, Silvana. “Introdução e notas”. In: OVIDIO. Tristia, Ibis, Ex Ponto, Halieuticon liber. A cura di Francesco Della Corte e Silvana Fasce. Torino: UTET, 1991.
DUCKWORTH, George E. “The non-ovidian nature of Halieutica”. Latomus, T. 25, Fasc. 4, octobre / décembre. p. 756-768. Bruxelles: Societe d’Etudes Latines de Bruxelles, 1966.
FOWLER, Don. On the shoulders of giants: intertextuality and classical studies. In: Roman constructions. Readings in postmodern Latin. Oxford University, 2000.
FRÄNKEL, Hermann. Ovid: a poet between two worlds. Berkeley, 1945.
FYLER, John M. “The Medieval Ovid”. In: KNOX, Peter. A Companion to Ovid. Blackwell, 2009.
GENETTE, Gérard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Extratos traduzidos por Cibele Braga et al. Belo Horizonte: Viva voz, 2010.
HARDIE, Philip; MOORE, Helen (Org.). Classical literary careers and their reception. Cambridge University Press, 2010.
HARDIE, Phillip. Ovid: a poet of transition?. In: HARDIE, Phillip. Todd memorial lecture. University of Sydney: Departament of Classics, 2000.
HEXTER, Ralph. “Ovid in the Middle Ages: Exile, Mitographer and Lover”. In: BOYD, Barbara Weiden. Brill’s companion to Ovid. Leiden, Boston, Köln: Brill, 2002.
HORIA, Vintila. Deus nasceu no exílio. Tradução de M. P. Oliveira. São Paulo: Flamboyant, 1961.
HORIA, Vintila. Dieu est né en exil. Préface de Daniel-Rops. Paris: Arthéme Fayard, 1960.
HUGHES, Ted. Tales from Ovid. London: Faber & Faber, 1997.
KNOX, Peter E. “Chronological table of important events in roman history and literature during the life of Ovid”. In: KNOX, Peter E. A companion to Ovid. Blackwell, 2009.
LEJEUNE, Philippe. L'autobiographie en France. 2. ed. Paris: Armand Colin, [1971] 1998.
MELO, João Victor Leite. Tradução poética de Ibis, Nux e Halieutica: três poemas de uma suposta quarta fase ovidiana. Dissertação de mestrado em Letras – Estudos Literários. UFJF, 2019.
OVIDE. Les Tristes, Les Pontiques, Ibis, Le Noyer, Halieutiques. Traduction nouvelle, introduction, notes et texte établis par Émile Ripert. Paris: Garnier, 1937.
OVIDIUS. Ex Ponto. Arthur Leslie Wheeler. Cambridge, MA. Harvard University Press, 1939.
OVIDIUS. P. Ovidii Nasonis Tristium, Ibis, Ex Ponto, Halieutica, Fragmenta. Ed. S. G. Owen. Oxonii, 1915.
OWEN, Samuel Griffith. “Praefatio”. In: OVIDIUS. P. Ovidii Nasonis Tristium, Ibis, Ex Ponto, Halieutica, Fragmenta. Ed. S. G. Owen. Oxonii, 1915.
PACE, Ana Amelia Barros Coelho. “Aspectos do pacto autobiográfico em L'autobiographie en France”. In: Darandina Revisteletrônica. v. 6. n. 1. Programa de Pós-Graduação em Letras, UFJF, 2013.
PAES, José Paulo. “Introdução”. In: OVÍDIO. Poemas da carne e do exílio. Seleção, tradução, introdução e notas José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
PASQUALI, G. “Arte Allusiva”. In: Pagine stravaganti, v. II. Firenzi: Sansoni, 1968, p. 257-282.
PLINE. Histoire naturelle. Traduction en français par M. E. Littré. Paris: Garnier Frères, 1851.
PRATA, Patrícia. Intertextualidade e literatura latina: pressupostos teóricos e geração de sentidos. PhaoS Revista de Estudos Clássicos. v. 17, n. 1, p. 125-154. Campinas, SP, 2017.
PRATA, Patrícia. O caráter intertextual dos Tristes de Ovídio: uma leitura dos elementos épicos virgilianos. Tese de doutorado em Letras Clássicas – Unicamp, 2007.
RICHMOND, John. “Manuscript traditions and the transmission of Ovid’s Works”. In: BOYD, Barbara Weiden. Brill’s companion to Ovid. Leiden, Boston, Köln: Brill, 2002.
SAINT-DENIS, Eugène De. “Pour les Halieutiques d’Ovide”. In: Les études classiques. XXV, 1957, p. 417-431.
TRAUBE, Ludwig. Einleitung in die lateinischen Philologie des Mittelalters. Ed. F. Boll Vorlesungen und Abhndlungen, 2. Munich, 1911.
VASCONCELLOS, Paulo Sérgio de. Persona poética e autor empírico na poesia amorosa latina. São Paulo: Unifesp, 2016.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).