Sobrenaturais metamorfoses na literatura
o fantástico em “Açude”, de Roberto Beltrão
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i34.7148Mots-clés :
Fantástico, Metamorfose, Roberto BeltrãoRésumé
Este artigo objetiva analisar o conto “Açude”, presente na obra Na escuridão das brenhas, do escritor Roberto Beltrão, à luz da metamorfose e do fantástico. Por meio de um arcabouço teórico que oportuniza perceber as diferentes visões dessas categorias nos estudos literários, como os pressupostos de Irène Bessière e David Roas, no que tange o fantástico, e as reflexões de Vera Maria Tietzmann Silva, a respeito da metamorfose, foi possível validar a eficácia estética na investigação do corpus escolhido. Condicionada por enquadramentos sociais e históricos, a narrativa é ambientada no Sertão pernambucano, mais precisamente na cidade de Triunfo, afigurada pelos traços culturais que moldam os saberes e o imaginário humano, antevistos sob prismas folclóricos, lendários e da tradição oral. Sombreado pela dicotomia entre o natural e o sobrenatural, o texto do autor amalgama um processo metamórfico, com a lenda da transformação de um bebê em uma cobra horrenda e gigante, motivando a transgressão das percepções de normalidade. Ao passo que se mobilizam zoomorfismos, reitera-se a natureza do fantástico em desestabilizar a visão do real, tanto da personagem quanto do leitor, em um mundo símile à realidade, que ameaça as coordenadas que dão segurança ao cotidiano e vazão à racionalidade.
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