A longa carta de Mariama Bâ e a escrita de si

Visualizações: 95

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.61389/revell.v3i36.8244

Mots-clés :

Perlaboração

Résumé

Este artigo visa a examinar a presença da “escrita de si” no romance Une si longue lettre, da escritora senegalesa Mariama Bâ. Na obra em tela, a protagonista Ramatoulaye se serve do expediente da “escrita de si” para reavaliar sua vida, suas decisões e reencontrar seu eixo. A redação da missiva a auxilia a se conhecer melhor e, por meio da reflexão, propiciada por sua reclusão vidual, se assenhora de si e toma consciência de si e do lugar ocupado pela mulher em sua sociedade. A escrita assiste à personagem no sentido de compreender seu mal e de várias congêneres. Dessa forma, ela possibilita sua reestruturação e seu fortalecimento para não desistir de ser uma mulher atuante e de procurar sua felicidade. Apoiamo-nos nas reflexões empreendidas por Foucault (1992), Klinger (2012), Dia (2003), Genette (2017), dentre outros para empreender esta análise.

Bibliographies de l'auteur

Alexandra Almeida de Oliveira, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás – Brasil, com período co-tutela em Vrije Universiteit Brussel – Bélgica. Doutora em Applied Linguistics: Translation Studies pela Vrije Universiteit Brussel – Bélgica. Professora Associada da Universidade Federal de Goiás – Brasil. Orcid ID: https://orcid.org/0000-0002-9816-8383. E-mail: alexandra@ufg.br

Goiandira Ortiz de Camargo, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – Brasil. Realizou estágio pós-doutoral em Letras na Universidade de Lisboa – Portugal. ProfessoraTitular da Universidade Federal de Goiás – Brasil. Orcid ID: https://orcid.org/0000-0002-1625-1715. E-mail: goiandira.letras@gmail.com

Philippe Humblé, Vrije Universiteit Brussel

Doutor em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil, com período sanduíche em University of Birmingham – Reino Unido. Realizou estágio pós-doutoral em Letras na Katholieke Universiteit Leuven – Bélgica. Professor da Vrije Universiteit Brussel – Bélgica. Orcid ID: https://orcid.org/0000-0002-3426-3218. E-mail: philippe.humble@vub.be

Références

ALCOFORADO, Mariana. Cartas portuguesas. Porto Alegre: L&PM, 2016.

BÂ, Mariama. Une si longue lettre. NEA: Dakar/Abidjan/Lome, 1979.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de Estética. Tradução de Aurora Fornoni Bernadini, José Pereira Júnior, Augusto Góes Júnior, Helena Spryndis Nazário e Homero de Freitas de Andrade. São Paulo: Editora Unesp, 1993.

BASTOS, Roberto Kennedy de Lemos. A escrita como cuidado de si na obra tardia de Michel Foucault. Revista Sísifo. n. 5, 2017. p. 158-170. Disponível em: www.revistasisifo.com. Acesso em 05 maio 2020.

BRESSE, Maria Graciete. As “Novas Cartas Portuguesas” e a contestação do poder patriarcal. Latitudes, nº 26, abril 2006, p. 16 –20. Disponível em: http://www.revues-plurielles.org/_uploads/pdf/17/26/17_26_04.pdf. Acesso em 22 jul. 2020.

DIA, Ousmane. Entre tradition et modernité : le romanesque épistolaire d’Une si longue lettre. Critaoi, n. 1, 2003. p. 1-16. Disponível em: https://critaoi.org. Acesso em 10 out. 2017.

DOGLIOTTI, Rosa-Luisa Amalia (2000). Le thème du mariage mixte et/ou polygame comme foyer d’observation socioculturelle et interculturelle dans quatre romans francophones : mariages ou mirages ? 173 f. Dissertação (Dissertação em Artes) – Master of Arts, University of South Africa/Pretoria, 2000. Disponível em: https://uir.unisa.ac.za/handle/10500/18647. Acesso em 27 jul. 2023.

GACOIN-MARKS, Florence. Ambigüités génériques dans Une si longue lettre de Mariama Bâ. Acta neophilologica. vol. 42, številka 1/2, 2009, p. 187-195. Disponível em: http://www.dlib.si/?URN=URN:NBN:SI:DOC-Y9FZTHF9. Acesso em 08 out. 2018.

GIGUÈRE, Caroline. Fonctions de l’épistolaire chez Mariama Bâ : genre de la négociation, négociation du genre. Postures, n. 5, dossier : Voix de femmes de la francophonie, printemps, 2003, p. 18-28. Disponível em: http://revuepostures.com/fr/articles/giguere-5. Acesso em 17 mar. 2017.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor?. Lisboa: Passagens, 1992, p. 129-160.

GENETTE, Gérard. Figuras III. Tradução de Ana Alencar. São Paulo: Estação da Liberdade, 2017.

KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7letras, 2012.

LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte, Ed. da UFMG, 2014.

LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Viver para contar. Tradução de Eric Nepomuceno. Rio de Janeiro/São Paulo: Ed. Record, 2003.

OLIVEIRA, Alexandra Almeida de; CAMARGO, Goiandira Ortiz de. Um abrigo chamado escrita. Leitura em revista, n. 16, p. 265-267, 30 abr. 2020. Disponível em: https://iiler.puc-rio.br/leituraemrevista/index.php/LER/article/view/225. Acesso em 10 jul. 2020.

PIETRANI, Anélia Montechiari. “As cartas não mentem jamais”: sobre cartas e diários na obra de Ana Cristina Cesar e Sylvia Plath. XI Congresso Internacional da ABRALIC: Tessituras, Interações, Convergências. USP, São Paulo, 2008. Disponível em: https://abralic.org.br/eventos/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/081/ANELIA_PIETRANI.pdf. Acesso em 02 jul. 2020.

SILVA, Isabel Camila Alves da; PÁDUA, Vilani Maria de. A epístola como espaço da memória e da escrita de si: uma análise do romance De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato. Revista Enlaces, v. 1, n. 16, abr-jun. 2019. p. 279-297. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/entrelaces/article/view/39871. Acesso em 03 jul. 2020.

SOUSA, Germana Henriques Pereira de. Carolina Maria de Jesus: o estranho diário da escritora vira lata. Vinhedo/SP: Editora Horizonte, 2012.

VIEIRA, Thales Rodrigo; OLIVEIRA, Alexandra Almeida de. A salvação pela linguagem: alguns apontamentos sobre a metalinguagem e a concepção de tradução em Primo Levi. In: PAULA, Marcelo Ferraz de (org). Ética, estética e políticas do testemunho. São Paulo, Nankin, 2017. p. 141-158.

Téléchargements

Publiée

2024-07-10

Comment citer

OLIVEIRA, Alexandra Almeida de; CAMARGO, Goiandira Ortiz de; HUMBLÉ, Philippe. A longa carta de Mariama Bâ e a escrita de si . REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 36, p. 85–105, 2024. DOI: 10.61389/revell.v3i36.8244. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/8244. Acesso em: 22 nov. 2024.