ESCREVIVÊNCIA E ROTAS DE CULTURA: AÇÕES PEDAGÓGICAS DIALÓGICAS E HISTÓRICO-CULTURAIS

Visualizações: 618

Autores

Palavras-chave:

escrevivência, rotas de cultura, dialogismo, arte-educação

Resumo

A Educação consiste num espaço de desenvolvimento e de aprendizagem, uma vez que nele há o estímulo de conhecer e explorar o mundo em que se vive. Para Vigotski (2009), o homem não é apenas produto de seu ambiente, mas também um agente ativo no processo de criação deste meio. Este artigo trata-se de uma pesquisa de doutoramento em andamento, cujo objetivo é apresentar as práticas da escrevivência (EVARISTO, 2007) e das rotas de cultura como trabalho educativo que possibilita ampliação à consciência e do acervo cultural/histórico doa alunos. A provocação estética causada pela rota de cultura supera o estímulo sensorial ou desafio perceptivo, e as múltiplas verdades presentes no modelo apresentado aos alunos podem gerar infinitas ações, compreendidas como desdobramentos da consciência histórica, social e cultural desses participantes, mobilizando as capacidades de aprender, interpretar, elucidar e aperfeiçoar seu conhecimento. Por ser uma prática de escrever e vivenciar, a escrevivência propicia momentos de experiências não só verbais, mas também não verbais, em que os alunos têm possibilidade de afirmação de suas subjetividades e especificidades históricas, sociais e culturais. Como contribuição, espera-se compartilhar estas ações pedagógicas, tornando-as um importante recurso potencializador que possibilita não só uma relação dialógica, criativa e crítica na atividade educativa como também o desenvolvimento da consciência rumo à emancipação humana.

Biografia do Autor

Adalberto Vitor Raiol Pinheiro, Faculdade de Educação da USP

Linguagem, Psicologia e Educação

Referências

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2011.

ARNHEIM, Rudolf. El pensamento visual. Tradução de Rubén Masera, do original estadounidense de 1969. Buenos Aires: Universitaria, 1973.

________. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora – nova versão. Tradução dos originais estadounidenses de 1954/1974 por I.T. Faria. São Paulo: Pioneira/USP, 1980.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução feita do francês por Maria Hermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins fontes, 1997.

BAKHTIN, M. M. Spreench genres and Other Late Essays. C. Emerson e M. Holquist (orgs.). Austin: University of Texas Press, 1986.

________. Problemas da Poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.

________. O problema do texto na linguística, na filosofia e em outras ciências humanas. In: Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4 ed.. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p.307-335.

BOY, Tânia Cristina dos Santos. Protocolo: um gênero discursivo na pedagogia de leitura e escrita do teatro. São Paulo, 2013. 239p. Tese (Doutorado em Pedagogia do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27155/tde-23082013-104822/pt-br.php. Acesso em 20 jul. 2019

BRAIT, B. As vozes bakhtinianas e o diálogo inconcluso. In: BARROS, D. L. P.; FIORIN, J.

L. (Orgs.). Dialogismo, Polifonia e Intertextualidade. São Paulo: EDUSP, 2000. p. 11- 27. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/cadernosdoil/article/viewFile/18908/11006. Acesso em 05 ago. 2019

BRAIT, B. Et la foret amazonienne se mit a parler français. In: Thirteenth International Mikhaïl Bakhtin Conference, 2012, London/Canadá. Dialogues with Bakhtinism Theory. Proceedings of the Thirteenth International Mikhaïl Bakhtin Conference. London/Ontario/Canada: Mestengo Press, v. 1, 2012, p.381-394.

________. Um saboroso diálogo entre a floresta Amazônica e Paris. In: DAHLET, V. B. (Org.). Ciências da linguagem e didática das línguas. São Paulo: Humanitas/FAPESP, v. 1, 2011a, p.59-69.

________. Polifonia arquitetada pela citação visual e verbo-visual. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, v. 5, p.183-196, 2011b.

________. A palavra mandioca: do verbal ao verbo-visual. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, 2009a, v. 1, p.142-160.

________. Dulce sabor a Brasil antiguo: perspectiva dialógica. Páginas de Guarda. Revista de Lenguaje, Edición y Cultura Escrita. Buenos Aires: Editoras del Calderon. 2009b.

CAMÕES, Luiz Vaz de. Sonetos. 2ªed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.

EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de mi¬nha escrita. Representações performáticas brasilei¬ras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007.

EWEN, F. Bertolt Brecht: sua vida, sua arte e seu tempo. São Paulo: Editora Globo. 1991.

FERREIRA, Raquel Corrêa. Redes na contramão do Capitalismo: redes e rizomas. 2002. 68f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão do 3º setor) – Instituto de Educação Continuada, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo:Paz e Terra, 2005.

GONÇALVES, Jean Carlos. Protocolos teatrais verbo-visuais: produção de sentidos para a prática teatral universitária. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso. v. 8, n. 2/2013. p.106-123. São Paulo, 2013. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2176-45732013000200007&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 10 jul. 2019

GIANCATERINO, Roberto. Supervisão escolar e gestão democrática. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

GONZÁLEZ REY, F .Sujeito e Subjetividade. São Paulo: Pioneira Thomson Editores, 2003.

GUATTARI, Félix ; ROLNIK. Sueli. Cartografias do Desejo. Petrópolis, Vozes, 1996

JAPIASSU, Ricardo. Criatividade, criação e apreciação artísticas: a atividade criadora segundo Vygotsky. In: VASCONCELOS, Mário S. (Org.). Criatividade: Psicologia, Educação e conhecimento do novo. São Paulo: Moderna, 2005. p. 43 - 58.

KINCHELOE, Joe L. Para além do Reducionismo: diferença, criticalidade e multilogicidade

na bricolage e no pós-formalismo. In: PARASKEVA, João (Org.). Currículo e Multiculturalismo. Tradução de Helena Raposo e Manuel Alberto Vieira. Mangualde.Portugal: Edições Pedagogo, 2006. p. 63-93.

KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 2006.

________. Texto e Jogo: uma didática brechtiana. São Paulo: Perspectiva, 1996.

________. Introdução: a escola alegre. In: SPOLIN, V. Jogos Teatrais na sala de aula um manual para o professor. São Paulo: Perspectiva, 2007a.

LEJEUNE, Philippe. Biographie, témoignage, autobiographie: le cas de Victor Hugo Raconté. Je est um autre: l’autobiographie de la littérature aux médias. Paris: Seuil. 1980, p.106-130.

LOMBARDI, L. M. S. S. Jogo, brincadeira e prática reflexiva na formação de professores. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Cultura e psicologia : questões sobre o desenvolvimento do adulto . São Paulo : Hucitec, 2009.

PINHEIRO, A.V. R. Contribuições dos Jogos Teatrais para o ensino de língua estrangeira (italiano). Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo - São Paulo, 2014.

REGO, T. C. Educação, cultura e desenvolvimento: o que pensam os professores sobre as diferenças individuais. In: AQUINO, J. G. (Org.). Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus. 1998.

¬¬¬¬____. Memórias de Escola: Cultura Escolar e Constituição de Singularidades. Petrópolis, R.J. Editora Vozes, v.1, 2003, p.420.

____. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 2001.

REGO, T. C. OLIVEIRA, M. K.; Lev Vigotski. Biografia Intelectual: revolucionário inquieto (Coleção História da Pedagogia). Revista Educação (São Paulo), v. 1 (L. S. Vigotski), p. 6-17, 2010.

SIMÃO, L.M. Ensaios Dialógicos: compartilhamento e diferenças na relação eu-outro. São Paulo: Hucitec, 2010.

SIRGADO, A. P. O social e o cultural na obra de Vygotsky. Educação & Sociedade, Campinas, n. 21, v. 71, p. 45‐78, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v21n71/a03v2171.pdf. Acesso em 05 ago. 2019

SMOLKA, Ana Luiza B. ; GÓES, Maria Cecília R. de. (Orgs.) A linguagem e o outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. 2. ed. Campinas: Papirus, 1993.

VAZQUEZ, Adolfo. Filosofia da práxis. Unidade da teoria e da prática. In: MAGALHÃES-VILHENA, Vasco (Org.). Práxis. Lisboa: Horizontes, 1980. v. 2.

VYGOTSKY, L.S. Psicologia da Arte. Traduzido do original em russo por Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

________. Imaginação e criação na infância. São Paulo: Ática, 2009.

WERTSCH, J. V. Voice of the mind: A sociocultura approach to mediated action. Cambridge, mass: Harvard University Press, 1985.

Downloads

Publicado

2020-11-26

Como Citar

Raiol Pinheiro, A. V. (2020). ESCREVIVÊNCIA E ROTAS DE CULTURA: AÇÕES PEDAGÓGICAS DIALÓGICAS E HISTÓRICO-CULTURAIS. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E LINGUAGEM, 3(6). Recuperado de https://periodicosonline.uems.br/index.php/educacaoculturalinguagem/article/view/3881