Contribuições da teoria histórico-cultural para a formação das(os) professoras(es) alfabetizadoras(es): em busca do desenvolvimento do pensamento conceitual na atividade de ensino

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.3915

Palavras-chave:

Alfabetização, Formação de professores, Teoria Histórico-Cultural, Formação do pensamento conceitual.

Resumo

Nesse artigo, discute-se a formação de professores alfabetizadores na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural (THC), visando alcançar o objetivo geral de analisar em que medida o processo formativo colaborativo desenvolvido pela pesquisadora, no período de seu doutorado, se aproximou ou se distanciou da perspectiva de formação do pensamento conceitual postulado pela THC. Objetiva-se, especificamente, identificar os limites e possibilidades encontrados para a realização do processo formativo colaborativo na escola da pesquisa e, avaliar em que medida esse processo contribuiu ou não para ampliar o repertório de conhecimentos sobre alfabetização das duas professoras que participaram da pesquisa. Para tanto, aplicou-se as técnicas de observação, autoscopia e grupo dialogal, gerando dados que foram analisados considerando as contribuições de Vygotski (2014), cotejando-as com ideias de outros autores da THC. Os resultados apontam possibilidades de desenvolver o pensamento conceitual de professores alfabetizadores a partir de um modelo de formação que: a) priorize a apropriação do conhecimento científico já produzido sobre alfabetização; b) parta das necessidades dos professores para criar novas necessidades e, c) considere o professor como protagonista, ou melhor, corresponsável pelo processo. Os resultados mostram, também, os limites encontrados para o desenvolvimento dessa proposta, apontando as possíveis saídas para superá-las.

Biografia do Autor

Michelle de Freitas Bissoli, Universidade Federal do Amazonas

Possui graduação em Pedagogia (1996), Mestrado (2001) e Doutorado (2005) em Educação pela Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP/ Marília e Pós-Doutorado (2010) pela USP. Atualmente, é professor AssociadO III da Universidade Federal do Amazonas, onde atua no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação e Infâncias e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Atuou na Educação Básica (Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental). Foi Membro do Corpo Editorial da Revista Amazônida (2007-2009); Coordenadora do Curso de Especialização em Educação Infantil (2008); membro da Coordenação Ampliada do PPGE/UFAM (2012) e membro do Núcleo Docente Estruturante da FACED/UFAM (2015-2018). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em ensino-aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: formação do leitor, literatura infantil, Teoria Histórico-Cultural, formação de professores e Educação Infantil.

Sônia Cláudia da Rocha Fonseca, Secretaria Municipal de Educação de Manaus

É Doutora em Educação (2017), pela Universidade Federal do Amazonas, Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia (2008), pela Universidade do Estado do Amazonas e licenciada em Normal Superior (2006) pela mesma universidade, com complementação para o curso de Pedagogia (2011). É pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Teoria Histórico-Cultural, Infância e Pedagogia. Pesquisa temas voltados para formação dos professores alfabetizadores, processos de alfabetização de crianças, metodologias e didática da alfabetização, políticas públicas de formação de professores. Lecionou no curso de Pedagogia da Escola Superior Batista do Amazonas (2012) nas disciplinas Processo de Alfabetização e Letramento I e II, Fundamentos e Metodologia da Língua Portuguesa, Estágio Supervisionado e TCC, atuando, ainda, como membro do Núcleo Docente Estruturante do mesmo curso. Atualmente, é professora alfabetizadora da rede municipal de ensino de Manaus.

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Publicado

08-09-2020

Como Citar

Bissoli, M. de F., & Fonseca, S. C. da R. (2020). Contribuições da teoria histórico-cultural para a formação das(os) professoras(es) alfabetizadoras(es): em busca do desenvolvimento do pensamento conceitual na atividade de ensino. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 11(32), 326–352. https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.3915