A androfobia na educação infantil

Visualizações: 1803

Autores

  • Messias Pereira Araujo UEMS
  • Care Cristiane Hammes UFMS

Resumo

O presente estudo objetivou constatar a existência do preconceito sofrido por homens que atuam na educação infantil, bem como esclarecer a gênese desse comportamento humano, com base na análise e interpretação de dados e informações coletadas no decorrer da pesquisa. A pesquisa se justifica por investigar a procedência desse preconceito que atinge a educação infantil, para que então se busquem soluções que amenizem esse fenômeno social. Busca-se descobrir e conhecer quais os motivos que levam a tal comportamento que permeia a sociedade. A pesquisa apresentou abordagem qualitativa, depoimentos de pais e responsáveis no momento em que deixavam seus filhos aos cuidados da figura masculina no ambiente educativo. Além disso, foram realizadas entrevistas abertas com docentes do sexo masculino que atuam ou atuaram em diferentes instituições. Os indivíduos em questão trabalham na rede municipal de ensino, mais precisamente nos CIEIs (Centro Integrado de Educação Infantil) no município de Maracaju/MS onde atuam como professores graduados em Pedagogia ou assistentes pedagógicos. O referencial teórico teve como foco, a pesquisa sobre a atuação masculina na educação de crianças ao longo da história, bem como o possível preconceito sofrido. A pesquisaapresentou como base de interlocução, autores como Sayão (2000), Oriani (1999), Sarat (2001), Almeida (2002), entre outros. Os principais resultados mostram que o preconceito em relação a atuação masculina na educação infantil, ficou evidenciado em todas as entrevistas realizadas. Os três docentes entrevistados afirmaram ter sofrido preconceito ao serem proibidos pelos pais de tocar ou dar banho nas crianças, ou ainda quando são considerados incapazes de cuidar de uma criança. Evidenciando ainda que essas instituições não são locais de trabalho apropriadas para homens, ou ainda por entenderem que um homem mesmo tendo formação, não consegue cuidar de crianças da mesma maneira como uma mulher.  Os limites encontrados referem-se a carência de produções bibliográficas referentes ao tema da pesquisa. A pesquisa demonstrou que é essencial realizar palestras/projetos com a sociedade em geral, mostrando a ela que, a educação infantil tem muito a ganhar com a atuação masculina, afinal, as crianças não dependem somente dos cuidados maternos, mas também da atenção de profissionais preocupados com os seus cuidados e sua aprendizagem efetiva.

Palavras-chave: Educação infantil. Homem. Preconceito.

Downloads

Publicado

19-12-2012

Como Citar

Araujo, M. P., & Hammes, C. C. (2012). A androfobia na educação infantil. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 3(7), 5–20. Recuperado de https://periodicosonline.uems.br/index.php/interfaces/article/view/580