Políticas curriculares e infâncias amazônicas
entre a educação integral e o direito ao território na educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v16i47.9895Palavras-chave:
Amazônia, Currículo, Educação Infantil, Educação Integral, Escuta das CriançasResumo
O artigo discute as interseções entre currículo, educação infantil e educação integral a partir de uma perspectiva crítica e situada, com ênfase nos contextos amazônicos. Fundamentado em revisão bibliográfica e documental, o texto problematiza os limites das políticas padronizadas, como a BNCC, e defende a valorização de currículos territorializados, construídos com base na escuta das crianças e no reconhecimento de seus modos de vida. Argumenta-se que a educação integral, no âmbito da infância, deve ser concebida como um projeto ético-político de formação humana, articulando tempos, espaços e experiências educativas plurais, comprometido com a justiça social. As análises consideram os marcos legais brasileiros, os aportes da sociologia da infância e as críticas à escolarização precoce, destacando o papel das práticas lúdicas e da formação docente como fundamentos para uma educação democrática e emancipatória.
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