Penetrações supremas: o diálogo intersemiótico entre os versos e as ilustrações em Baco e Anas brasileiras, de Yêda Schmaltz
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Yêda Schmaltz, Henrique Alvim Corrêa, ilustrações, erotismo.Resumen
A incorporação de ilustrações nas obras de Yêda Schmaltz, não raro, ocorreu dentro de uma proposta consciente que refletia suas habilidades como poeta, como artista plástica e como professora de Estética. Assim, os livros que publicou foram todos objeto de sua atenção não só no âmbito da linguagem verbal, mas na comunicação não-verbal também. Baco e Anas brasileiras (1985) constitui o exemplo mais complexo desse aspecto da obra da autora. As gravuras de Henrique Alvim Corrêa (1876-1910) estabelecem correlação discursiva com os textos da poeta goiana, constituindo uma denúncia à violência sofrida pelas mulheres inseridas em sociedades norteadas pelo pensamento androcêntrico. O presente estudo procura refletir sobre o jogo discursivo criado entre as composições e as imagens ilustrativas na obra em verso de Yêda Schmaltz, paralelamente a isso, procura-se evidenciar os modos de constituição da resistência feminina e feminista à moral vigente e, por fim, a convergência das perspectivas tomadas na obra com a literatura erótica e pornográfica moderna. Tais leituras se valem do aporte teórico de Jean-Marie Goulemot (2000), Dominique Maingueneau (2008), Eliane Robert de Moraes (2013), Linda Hutcheon (1989) e Sophie Van der Linden (2011), dentre outros.Citas
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