Brincadeira, espaço e gênero: cenas do cotidiano de meninos e meninas
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https://doi.org/10.26514/inter.v9i26.2738Resumo
Neste artigo proponho discutir as relações de gênero que permeiam a organização e a utilização dos espaços de educação e cuidado, especificamente os momentos das brincadeiras de meninos e meninas. Considerando o espaço como elemento de experiência e aprendizagem, pretendo, a partir da perspectiva da arquitetura escolar, da educação e dos estudos de gênero, questionar as relações de poder presentes nestas manifestações. O escopo empírico que integra esta reflexão apoia-se numa etnografia realizada em uma instituição de Educação Infantil, situada na Região Metropolitana de São Paulo. A dinâmica da pesquisa revelou espaços de maior liberdade de interação e espaços de maior controle e vigilância. Foi possível perceber que a organização dos espaços se apresenta carregada de normas de gênero, sugerindo posições segregadas para meninos e meninas. Assim, o protagonismo das crianças em suas brincadeiras evidenciou, de um lado, a manutenção desses estereótipos e, de outro, o desejo de brincarem juntas. Pretendo contribuir para o aprofundamento do conhecimento a respeito dos meninos e das meninas e da Educação Infantil, bem como o oferecimento de pistas para a promoção de práticas educativas mais igualitárias na formação da identidade de gênero, desde os primeiros anos da vida.
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