A sexualidade infantil na psicanálise em três diálogos com a educação escolar a partir da grounded theory
Visualizações: 1523DOI:
https://doi.org/10.26514/inter.v10i29.3802Palavras-chave:
Sexualidade infantil. Psicanálise. Educação escolar. Grounded Theory.Resumo
A sexualidade infantil é uma temática psicanalítica importantíssima com contribuições para as áreas da educação e da educação sexual. Este artigo, organizado sob a metodologia bibliográfica é um recorte de uma pesquisa de doutorado concluída e se preocupa (objetiva) em apontar alguns dos resultados que seguiram a Grounded Theory (GT). Os resultados da pesquisa: 1) sexualidade infantil é um tema fundamentado na psicanálise, de Freud até a contemporaneidade, 2) a sexualidade infantil não é um tema enfrentado com seriedade pelos docentes e gestão escolar, como conteúdo curricular e cientificidade na educação básica, particularmente, na educação infantil, os docentes se sentem despreparados e não confortados com a questão, 3) a sexualidade infantil é uma temática das políticas públicas de proteção das crianças contra abuso e violência sexuais. A partir destes três resultados da teorização em sexualidade infantil, o presente artigo organiza três diálogos, perpassando o currículo, a formação de professores e a necessária cultura escolar de aceitação das manifestações/expressões da sexualidade das crianças pequenas, atualmente, uma questão de direitos, direitos de aprendizagem, direitos de conhecimentos científicos em sexualidade humana, desde a infância.
Referências
ALMEIDA, S. F.C. Dispositivos clínicos de orientação psicanalítica na formação de professores: entre o cuidado, o ensino e a transmissão. In: ALMEIDA, S. F. C. ; KUPFER, M. C. M. (orgs). A psicanálise e o trabalho com a criança-sujeito: no avesso do especialista. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011, p. 27-44.
BERNARD, P. O debate entre o cuidado e a educação: práticas clínicas atuais. Estilos da Clínica - Revista sobre a infância com problemas, v. 12, n. 22, p. 14-25, 2007.
BLANCHARD-LAVILLE, C. Em defesa de uma clínica de orientação psicanalítica em ciências da educação. Estilos da Clínica – Revista sobre a infância com problemas, v. 12, n. 22, p. 208-223, 2007.
BORGES, R.C.V. Educação em sexualidade, sexualidade e gênero: desafios para professoras(es) do ensino infantil. Araraquara, SP. 190f. 2016. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação Sexual. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, Araraquara, SP. 2016.
BOROTO, I.G. Tempos e contratempos da sexualidade infantil: concepções de professores da educação infantil. São Mateus, ES. 157f. 2016. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação Ensino na Educação Básica. Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus (ES), 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
CARVALHO, R.S. ; GUIZZO, B.S. Políticas curriculares de educação infantil: um olhar para as interfaces entre gênero, sexualidade e escola. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, Vol. 25, N.º 45, p. 191-201, jan./abr., 2016.
CAVALCANTI, A.G.L. Sexualidade infantil: concepções e práticas de professoras da educação infantil. João Pessoa, PB. 52f. 2017. (Trabalho de Conclusão de Curso). Curso de Pedagogia, Centro de Educação. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2017.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 7.ª ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2017.
CIFALI, M. Conduta clínica, formação e escrita. In: PAQUAY, Léopold et al. Formando professores profissionais. Quais estratégias? Quais competências? Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 103-118.
COUTINHO JORGE, M. A. Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan, v. I, 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
FREUD, S. Um caso de histeria, Três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. (Vol. VII). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1901/1905), 1996b.
FREUD, S. Totem e Tabu e outros trabalhos. Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. (Vol. XIII). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1913/1914), 1996c.
FREUD, S. O mal-estar na civilização, Novas Conferências Introdutórias e outros textos. Obras Completas. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
FREUD. S. A interpretação dos Sonhos (I). Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. (Vol. IV). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1900), 1996a .
GUARCIA, R.R. A sexualidade na educação infantil. Revista Eventos Pedagógicos, Sinop, MT, Vol. 8, N.º 1, 21. ed.), p. 224-239, jan./jul., 2017.
GUARDA, I.M. ; GRAUPE, M. E. Políticas Públicas de Gênero: uma análise dos currículos de graduação e pós-graduação na cidade de Lages. In: Revista UNIPLAC, Lages, SC, v. 6, n. 1, 2018.
GUELLER, A.J.S. (2016). Introdução a “Contribuições para a sexualidade infantil”, de Moshé Wulff. In: Revista Latinoamericana de Piscopatologia Fundamental, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 500-511, setembro 2016.
HEUSER, C.B.D. A concepção psicanalítica e a clínica infantil. Ijuí (RS). 41f. (Trabalho de Conclusão de Curso). Curso de Psicologia, Departamento de Humanidades e Educação. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí (RS), 2016.
KUPFER, M. C. Freud e a Educação; o mestre do impossível. Pensamento e ação no Magistério. São Paulo: Scipioni, 2001.
MARTINS, R.A. Abuso sexual de crianças: diferenças entre agressores sexuais por contacto e ofensores por pornografia infantil. Porto, Portugal. 85f. (Dissertação de Mestrado). Faculdade da Medicina do Porto, Portugal. Porto, 2017.
MARTINS, R.R.; CASTRO, R.M.M. Diversidade sexual e de gênero no contexto escolar: conceitos, políticas públicas e função da escola. In: Revista Profissão Docente, Uberaba, Vol. 16, N.º 34, p. 128-138, fev.-jul., 2016.
MELO, R.B. O real infantil e a atualidade dos Três Ensaios. In: Stylus Revista de Psicanálise Rio de Janeiro, N.º 35, p.23-31, fev. 2018.
MILLER, J. A. Matemas I. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
NEVES, T.I. A deformação do conceito de sexualidade: o percurso epistemológico freudiano. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 68, n. 1, p. 49-61, 2016.
OLIVEIRA, C. Freud, a sexualidade perverso-polimorfa e a crítica ao discurso da degenerescência: revisitando tensões entre Psicanálise e Psiquiatria. Ágora, Rio de Janeiro, v. XIX, n. 1, jan./abr., p. 53-67, 2016.
ONU. Organização das Nações Unidas. Glossário de termos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Brasília: ONUBR, Nações Unidas no Brasil, 2016.
REICH, W. Os pais como educadores: A compulsão a educar e suas causas. In SCHMIDT, V. Elementos para uma pedagogia anti-autoritária. Porto, Portugal: Escorpião, 1975, p. 53-68.
REICH, W. Revolução Sexual. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.
REICH, W. O combate sexual da juventude. São Paulo: Edições Epopeia, 1986.
REICH, W. Psicologia de massas do fascismo (1933). São Paulo: Martins Fontes, 1988.
REIS, M.A.S.; PATANE, R.S. Políticas de Educação Sexual em meio escolar: um estudo comparativo em Portugal e no Brasil. In: REIS, M.A.S.; ALEVATO, H. (Orgs.). Nexus e Sexus: perspectivas instituintes. Petrópolis (RJ): DP et Alii; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2012, p. 21-36).
REIS, M.C.L. A atuação dos professores de Educação Infantil em relação ao gênero: sexualidade infantil, discriminação social e relações de poder. São Paulo. (140f). 2016. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política e Sociedade. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.
SILVA, C.R. Proposta teórico-interpretativa em sexualidade infantil: contribuição à educação sexual a partir da Grounded Theory. Araraquara (SP). 342f. (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, Araraquara, SP, 2015.
SILVA, C.R. Grounded Theory: a abordagem construtivista para pesquisas em educação sexual no Brasil. Researchgate, 2017a.
SILVA, C.R.; MAIA, A.C.B. O método Grounded Theory nas pesquisas em educação sexual. Criar Educação, Criciúma (SC), v. 6, n. 1, 2017b.
SILVA, F.B.; BRÍGIDO, E. A sexualidade na perspectiva freudiana. Revista Contemplação, v. 13, p. 125-138, 2016.
SILVA, J.M.A. Cibercrime: o crime de pornografia infantil na internet. Coimbra (Portugal). 57f. 2016. (Mestrado em Ciências Jurídico-Forenses). Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016 a.
WEINMANN, A.O. Infância: um dos nomes da não razão. Brasília: Editora UnB, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
![Licença Creative Commons Attribution](/index.php/interfaces/manager/setup/<a%20rel="license"%20href="http:/creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/"><img%20alt="Licença%20Creative%20Commons"%20style="border-width:0"%20src="https:/i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/80x15.png"%20/></a><br%20/>O%20trabalho%20<span%20xmlns:dct="http:/purl.org/dc/terms/"%20property="dct:title">Revista%20Interfaces%20da%20Educação</span>%20está%20licenciado%20com%20uma%20Licença%20<a%20rel="license"%20href="http:/creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/">Creative%20Commons%20-%20Atribuição-NãoComercial%204.0%20Internacional</a>.){kind=link}
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.