PROCESSOS PRÓPRIOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM ESCOLAR EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA NO OIAPOQUE

Visualizações: 139

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i36.4748

Palavras-chave:

Cultura, Educação indígena, Educação escolar indígena

Resumo

Este artigo apresenta uma pesquisa realizada na Aldeia Manga da etnia indígena Karipuna no Oiapoque, estado do Amapá. A pesquisa é de natureza qualitativa e descritiva em que foram utilizados como instrumentos para produção de dados a observação participante, rodas de conversas e entrevistas. Procuramos entender o processo de construção da educação escolar indígena, em que os saberes e fazeres são a base do planejamento escolar. Para isso, investigamos os próprios sujeitos ativos desse processo: cacique, docentes indígenas, sábios e alunos indígenas. O método da história oral foi apropriado para obtenção dos dados, em função da flexibilidade da forma de apresentar o conteúdo e pessoalidade interpretativa da informação de cada sujeito pesquisado. Na coleta e análise dos dados, considerando o nível de subjetividade apresentado pela dinâmica do método da história oral, as perguntas foram alinhadas de forma diferente para cada informante, obedecendo ao tempo e a capacidade de construção do raciocínio de cada um. Foi possível identificar o processo transformador dos arranjos da educação indígena sendo trabalhados e aplicados nos procedimentos pedagógicos da educação escolar indígena na escola da aldeia.

Biografia do Autor

Mário Rodrigues da Silva, Instituto Federal do Amapá - IFAP

Mestre em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Sandra Maria Nascimento de Mattos, Programa de Pós-graduação em Educação Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - PPGEA/UFRRJ

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / Universidade Católica Portuguesa

José Roberto Linhares de Mattos, Universidade Federal Fluminense

Pós-doutor em Educação pela Universidade de Lisboa.

Referências

APIO. Plano de Vida dos Povos e Organizações Indígenas do Oiapoque. Oiapoque: APIO, 2009. Disponível em: https://acervo.socioambiental.org/acervo/livros/plano-de-vida-dos-povos-e-organizacoes-indigenas-do-oiapoque. Acesso em: 28 de jan. 2017.

AUSUBEL, D.P. The Acquisition and Retention of Knowledge: A Cognitive View. Netherlands: Springer, 2000.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei no 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC/SEF, 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, 2013.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os Indígenas no Censo Demográfico 2010: As primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Rio de Janeiro: MPOG, IBGE, 2012. Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/images/indigenas/estudos/indigena_censo2010.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2020. p. 15-17.

DAMIS, O.T. Planejamento escolar: expressão técnico-política de sociedade. In: VEIGA, I.P. A. (org.). Didática: o ensino e suas relações. Campinas: Parirus, 1996. [Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico].

E.I.E. JORGE IAPARRÁ. Projeto Político Pedagógico. Oiapoque: Comunidade Indígena Manga. 10.11.2015.

FESTAS, M.I.F. A aprendizagem contextualizada: análise dos seus fundamentos e práticas pedagógicas. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 3, p. 713-728, jul./set. 2015.

FORQUIN, J.C. Escola e Cultura: a sociologia do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

GIMENO SACRISTÁN, J. A função aberta da obra e do conteúdo. In: GIMENO SACRISTÁN, J. (org.). Saberes e incertezas sobre o currículo. Trad. Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Penso, p. 9-14, 2013.

LUCIANO, G.S. O Índio Brasileiro: O que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil hoje. Coleção Para Todos, Série Vias do Saber, n 01. Brasília: Edições MEC/Unesco. 2006.

MATTOS, J.R.L; FERREIRA NETO, A. O Povo Paiter Suruí e a Etnomatemática. In: BANDEIRA, F.A.; GONÇALVES, P.G.F. Etnomatemática pelo Brasil: aspectos teóricos, ticas de matema e práticas escolares. Curitiba: Editora CRV, 2016.

MATTOS, S.M.N., MATTOS, J.R.L. Etnomatemática e prática docente indígena: a cultura como eixo integrador. Hipátia, v. 4, n. 1, p. 102-115, 2019.

MATTOS, S.M.N., OLIVEIRA, K.F. Ecologia dos saberes: o etnoconhecimento sobre o uso das plantas medicinais do povo Paiter Suruí. RETTA, v. 10, n. 19, p. 53-68, 2019.

PORTELLI, A. O que faz a história oral diferente. Projeto História, São Paulo, n. 14, 1997.

SANTOS, B.S. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2008. [Coleção para um novo senso comum, v. 4].

SILVA, M.R.; MATTOS, J.R.L. Princípios Pedagógicos da Educação Indígena e da Educação Escolar Indígena. In: MATTOS, J.R.L.; MATTOS, S.M.N. (org.). Etnomatemática e Práticas Docentes Indígenas. Jundiaí: Paco Editorial, 2018.

TASSINARI, A.M.I. No bom da festa: O Processo de Construção Cultural das Famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003.

UNESCO. Vitalidad y peligro de desaparición de las lengua. Documento adoptado por la Reunión Internacional de Expertos sobre el programa de la UNESCO “Salvaguardia de las Lenguas en Peligro”, P

Downloads

Publicado

13-12-2021

Como Citar

Silva, M. R. da, Mattos, S. M. N. de, & Mattos, J. R. L. de. (2021). PROCESSOS PRÓPRIOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM ESCOLAR EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA NO OIAPOQUE. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(36). https://doi.org/10.26514/inter.v12i36.4748

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.