“Eu penso que o nosso está a nossa cara”:
o currículo escolar indígena como um projeto de educação intercultural
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https://doi.org/10.61389/inter.v14i41.7519Palavras-chave:
Educação indígena, Práticas educativas, Currículo intercultural, Professores indígenasResumo
O artigo analisa os movimentos de resistência dos professores pataxó na elaboração de um currículo intercultural, frente às práticas coloniais do sistema de ensino. A pesquisa está situada entre os estudos de educação e currículo intercultural, alinhados à pedagogia crítica, ampliada pelos estudos decoloniais. O material empírico foi principalmente coletado em ambiente virtual, com mediação tecnológica digital, devido à pandemia do Covid-19, incluindo uma incursão presencial em território indígena. O material envolve encontros virtuais para a criação do currículo e entrevistas com dois professores pataxó. À luz das abordagens teóricas, analisamos as práticas educativas na perspectiva freireana e adotamos two-eyed seeing methodology, que nos permitiu diferentes olhares sobre o currículo intercultural, no qual o Ritual da Lua Cheia é a principal prática ancestral. No andamento do processo de elaboração do currículo, os professores realizam movimentos de resistência contra o colonialismo, em vista das relações estabelecidas entre as diferentes racionalidades em disputa: a educação ocidental — capitalismo neoliberal — versus a educação ancestral. Entretanto, eles se posicionam politicamente pela conciliação como forma de enfrentamento de colonialidades. Sendo assim, eles incorporam no currículo algumas práticas de fora que ajudam a conectar a escola indígena Pataxó, diferenciando-a no sistema de ensino.
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