Experiências interculturais entre saberes étnico-raciais:

de sabido e de matuto todo mundo aprende junto

Visualizações: 212

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/inter.v14i41.7532

Palavras-chave:

Educação Étnico-racial, Interculturalidade, Saber local, Resistência

Resumo

Trata da temática dos saberes locais, da tradição e ancestrais, no campo dos estudos culturais a partir da observação prática e investigativa de um projeto abrangente e em várias etapas, desenvolvido de forma interinstitucional com universidades do Norte e Nordeste do Brasil. Tem como corpo de estudo a construção dialogada com comunidades quilombolas e indígenas, em que se valoriza os saberes locais como estratégia de sustentabilidade, organização social e resistência cultural. Usa como aporte teórico os conceitos de diálogo, de identidade e de pertencimento nos pressupostos de Freire e de autores freireanos que produzem sobre estudos interculturais, bem como o pensamento indígena. Relata a vivência de campo, como parte da metodologia operacionalizada no todo do projeto interinstitucional. Tem nos resultados, narrativas que expressam saberes e elaborações culturais trazidas da ancestralidade e transformadas em ação atualizada de acordo com os contextos vividos e as demandas das comunidades, e tidos como conhecimento sistematizado na academia.  Conclui que os processos de vida nas comunidades são saberes locais e ensinamentos teóricos trabalhados na ciência.

Biografia do Autor

Iêda Mota, Instituto Federal do Pará

Doutoranda em Educação, linha de pesquisa Saberes Culturais e Educação na Amazônia, pela Universidade do Estado do Pará (2021), Mestra em Educação Física, área de concentração Educação Física, Ciências Sociais e Humanas pela Universidade Federal de Pelotas (2014), Especialista em Educação Especial e Educação Inclusiva pela Faculdade Internacional de Curitiba (2011), graduada em Educação Física pela Universidade Federal do Amazonas (2003). Possui experiência em Educação Física Escolar, Infância, Educação do Campo, Formação de Professores e Educação Física Adaptada.

Tiago Tendai Chingore, Universidade Licungo Moçambique

Pós-doutorando na Universidade do Estado do Pará-Brasil. Doutor em Filosofia pela Universidade Pedagógica - Moçambique (2017). Mestre em Educação/Ensino de Filosofia (2012), Licenciado em Ensino de Filosofia (2008) e Bacharel em Ensino de Filosofia (2006). Docente afeto ao Departamento de Filosofia e Ciências Sociais, Curso de Filosofia desde 2008. Desde 2018, é professor convidado no Programa de Pós-graduação em Filosofia Profissional da Universidade Federal do Piauí (PROFI-UFPI), leciona a disciplina Filosofia Política e Social, com ênfase em temas contemporâneos de filosofia política africana. Consultor no Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior, onde tem participado na avaliação externa de cursos. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Política e Ética Política, e em Programas de graduação e Pós-graduação nas IES em Moçambique, atuando principalmente nos seguintes temas: Justiça Social, Democracia Lida a partir de Jurgen Habermas, pensamento político africano (negritude, pan-africanismo, governação, interculturalidade e comunitarismo); Contrato, governabilidade, Estado, Liberdade e Sociedade; Deus, Muntu, Africano, Religião e Filosofia, Gestualidade Empática (expressões de sentimentos); Alteridade, Justiça. Estratégia pedagógica, ensino, história. Outros temas de interesse: Saberes e Práticas Culturais Africanas, com destaque nas moçambicanas.

Marta Genú Soares, Universidade do Estado do Pará

Doutora em Educação. Professora Titular do programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de Graduação em educação Física da Universidade do Estado do Pará. Líder do Grupo de Pesquisa Ressignificar-Experiências Inovadoras na formação de professores.

Referências

ACEVEDO, Rosa; CASTRO, Edna. Negros do Trombetas: guardiães das matas e rios. 2ª. Belém: Cejup/UFPA-NAEA, 1998.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

BRASIL. Lei nº 13.666 de 16 de maio de 2018. Inclui o tema transversal da educação alimentar e nutricional no currículo escolar. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13666.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2013.666%2C%20DE%2016%20DE%20MAIO%20DE%202018.&text=Altera%20a%20Lei%20n%C2%BA%209.394,e%20nutricional%20no%20curr%C3%ADculo%20escolar. Acesso em: 3 mar. 2023.

BRASIL. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "história e cultura afro-brasileira e indígena". Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=11645&ano=2008&ato=dc6QTS61UNRpWTcd2. Acesso em: 3 mar. 2023.

BRASIL. Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que "Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais". Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm. Acesso em: 20 mar. 2023

BRASIL. Lei nº 9.795 de 27 de abril 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 03 mar. 2023.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/portalegre/panorama. Disponível em: Acessado em 14 de setembro de 2020.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade [recurso eletrônico] / Paulo Freire. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GONZALEZ, Magdalena Morales. ¿Etnoturismo ou turismo indígena? Revista Teoría y Práxis. 5 (2008: 123-136). Disponível em: http://www.teoriaypraxis.uqroo.mx/doctos/Numero5/Morales.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidade del ser: contribuciones al desarrollo de um concepto. In: CASTRO-GOMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramon (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, Bogotá, 2007. p. 127-168

MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: São Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno. Paulo Freire: gênese da interculturalidade no Brasil. Curitiba: CRV, 2015.

Downloads

Publicado

11-01-2024

Como Citar

Oliveira Mota, I., Tendai Chingore, T., & Genú Soares, M. (2024). Experiências interculturais entre saberes étnico-raciais: : de sabido e de matuto todo mundo aprende junto. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 14(41), 133–153. https://doi.org/10.61389/inter.v14i41.7532