O Encanto do Boto Cor-de-Rosa e a Análise da Resolução CNE/CEB nº4/2022

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/inter.v15i43.8905

Palavras-chave:

Tecnologias, Resolução, BNCC, Fetichismo

Resumo

Este estudo documental visa investigar o uso das tecnologias da informação e comunicação no contexto educacional, com ênfase na análise da abordagem dessas tecnologias na Resolução CNE/CEB nº 4 de 4 de outubro de 2022. Tal investigação é fruto da dissertação apresentada ao programa de pós em Educação e que investiga como as tecnologias são abordadas no PPC do curso de pedagogia no Instituto Federal de Goiás. Configura-se uma pesquisa que busca delimitar um objeto de estudo permanente, com o intuito de apresentar uma crítica ao fetichismo imposto pela sociedade capitalista sobre o uso das tecnologias na educação. O objetivo é aprofundar a compreensão das questões que ainda requerem investigação no uso das tecnologias da informação no âmbito educacional. Argumenta-se que esse uso é permeado por valores ideológicos que impedem a emancipação das classes sociais. O estudo se desdobra em três etapas principais: inicialmente, distingue-se técnica de tecnologia e introduz-se a lenda do boto cor-de-rosa; em seguida, contextualiza-se o leitor acerca da teoria crítica de Feenberg (2010); e, finalmente, realiza-se uma análise crítica da Resolução CNE/CEB nº 4/2022 e de seu parecer. Os resultados permitiram identificar os seguintes traços: determinismo tecnológico; fetichismo tecnológico; ideologia neoliberal e visão instrumental da tecnologia.

Biografia do Autor

Matheus De Oliveira Fagundes, Secretaria de Educação e Cultura de Senador Canedo

Possuo Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás (2020), Especialização em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), e Mestrado em Educação pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) - Campus Goiânia.Sou membro do Grupo de Estudos entre Tecnologias e Educação (KADJOT), um coletivo interdisciplinar que investiga as implicações pedagógicas do uso de tecnologias digitais, promovendo discussões críticas e reflexões teóricas aprofundadas.

Duelci Aparecido de Freitas Vaz, Instituto Federal de Goiás

Graduado em Licenciatura em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1989). Mestre em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (1996). Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista-Câmpus de Rio Claro-SP (2007). É professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica de Goiás desde o ano de 1996. Tem ampla experiência no ensino da Matemática. Lecionou Matemática em todas as séries do ensino fundamental e médio. No ensino superior atua nos cursos de formação de professor de Matemática e Física da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Desenvolve pesquisa em Educação Matemática nos seguintes campos: Ensino e Aprendizagem da Matemática, História e Filosofia da Matemática. Na Pós Graduação, é orientador do programa de Mestrado em Ensino de ciência e Educação Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Jatai e do programa de Pós Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, na linha de Educação Matemática articulada com a linha do ensino desenvolvimental de Davydov. Foi coordenador do curso de Licenciatura em Matemática no período de 2001 a 2003 e 2011 até os dias atuais. Coordena o Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (NEPEM/IFG). É membro fundador do Instituto Geogebra de Goiás.

Claudia Helena dos Santos Araújo, Instituto Federal de Goiás

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2012). Pós-doutora em Estudos Culturais pela UFRJ (2020). Mestre em Educação (2008). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás (2001) e especialização em Metodologia do Ensino Superior, pela mesma universidade (2005). É associada na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação/ANPEd. Sócia da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Membra do Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede. Integrante do Grupo Inteligência Artificial (IA) Responsável (2023/2024) da Cátedra Oscar Sala do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e Pesquisadora. Atua no Programa de Pós-Graduação - Mestrado Acadêmico em Educação do IFG, na linha de pesquisa: Teorias Educacionais e Práticas Pedagógicas; e no Mestrado Profissional em rede em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT). Tem experiência na área de Educação, Ensino e Formação de Professores, com ênfase em Educação e Tecnologia, Educação Profissional e Tecnológica, Teorias da Educação e Processos Pedagógicos, Educação Básica e Superior, Educação a Distância, Didática e Formação de Professores. Membra do Kadjót - grupo de estudos entre tecnologias e educação. Vice-líder do Núcleo de Pesquisas e Estudos na Formação Docente e Educação Ambiental (NUPEDEA).

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Publicado

18-12-2024

Como Citar

Fagundes, M. D. O., Vaz, D. A. de F., & Araújo, C. H. dos S. (2024). O Encanto do Boto Cor-de-Rosa e a Análise da Resolução CNE/CEB nº4/2022. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 15(43), 375–392. https://doi.org/10.61389/inter.v15i43.8905