Memórias de leitura: narrativas de leitores escolarizados
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Leitura, Leitor, Memórias, Análise do Discurso.Abstract
A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar por meio das narrativas de leitura dos alunos do Ensino Médio, o perfil histórico e linguístico do leitor escolarizado e sua relação com a escola e a leitura, bem como, entender como se dá o processo de formação de leitores nos anos iniciais e finais do Ensino Médio, assim como suas interrelações com as experiências de leitura, vivenciadas ao longo da trajetória de vida desses alunos. O tema proposto para esta pesquisa traz como objetivos específicos: construir historicamente o sujeito leitor e sua caracterização enquanto leitor escolarizado; constituir por meio das práticas discursivas o imaginário definindo assim o seu perfil de sujeito-leitor escolarizado, bem como da leitura escolarizada; produzir conhecimento sobre leitura e sujeito-leitor que dê a escola uma sustentação sobre suas práticas histórico-discursivas em relação ao leitor formado por ela; dar voz a esses sujeitos que pouco tem voz dentro da escola. Este estudo está inserido no bojo das pesquisas de perspectivas histórico-discursivas, que investiga a natureza das relações entre os sujeitos sócio-históricos, que circunscrevem nos estudos da linguagem como lugar de produção de conhecimento, em que, por meio das memórias, expressam sua história de leitura e de vida. Os referenciais teóricos adotados compreendem os teóricos do discurso e do sociointeracionismo bakhtiniano. Fizemos um percurso histórico sobre o ensino de leitura, utilizando-nos das teorias atuais sobre o ensino de língua materna, e, ainda, autores que retratam a questão da pesquisa narrativa e memórias autobiográficas. Os sujeitos desta pesquisa são os alunos dos 1º e 3º anos do Ensino Médio da Escola Estadual Aracilda Cícero Corrêa da Costa, em Paranaíba, Mato Grosso do Sul, procurando dar voz a esses estudantes, e, assim analisar o que eles entendem por leitura, qual a versão deles sobre a prática de leitura escolarizada, com o intuito de relacionar o que as teorias trazem comas suas vivências de leitura. Para isso, primeiramente, utilizamos um questionário aberto, visando compreender os dizeres desses alunos para que melhor relatassem a sua história de leitura, as quais foram coletadas em 2011. A pesquisa foi dividida em cinco capítulos distintos: o capítulo I faz uma breve retrospectiva da Análise do Discurso e as condições de produção de leitura do leitor escolarizado; o capítulo II traz abordagens de leitura em circulação no Brasil; o capítulo III aborda as principais teorias sobre memórias e finaliza com a análise de dez memórias sobre leitura. Assim sendo, com base nos conceitos teóricos mencionados, procuramos analisar as narrativas coletadas, refletir sobre as experiências de leitura desses alunos, e desmistificar a falácia de que “os alunos não leem e não gostam de ler”, pois as memórias mostraram que os alunos leem, leem do jeito deles é claro e que estamos diante de leitores ecléticos, tecnológicos e clivados, divididos entre o que eles realmente gostam em contraponto com que a escola propõe. E a conclusão é de que a visão que esses alunos têm acerca da leitura se origina, principalmente, de suas primeiras experiências com a cultura letrada, mediada pela família e pela escola.Downloads
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