Voz e relação na “roda de leitura”: a experiência no Curitiba lê
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O presente trabalho constrói algumas reflexões teóricas quanto ao incentivo à leitura em situações não vinculadas às práticas pedagógicas de ensino. Entretanto, não nos interessa abrir mão do ensino de literatura, mas sim construir ações que atuem de maneira complementar a ele. Assim, pretendemos pensar questões relativas à prática de “roda de leitura” enquanto mecanismo a ser realizado paralelamente às aulas de literatura, em espaços escolares ou não. As considerações aqui apresentadas surgiram, principalmente, de nossas experiências com mediação de leitura e formação de novos mediadores de leitura junto ao programa Curitiba Lê, da Fundação Cultural de Curitiba, a partir do qual são realizadas “contações de história” e rodas de leitura em diversas instituições, com o intuito de aumentar quantitativa e qualitativamente os índices de leitura entre a população. Para o desenvolvimento de nossas ideias teóricas sobre leitura em voz alta, voz e oralidade utilizamos as noções de Paul Zumthor, como apresentadas em seu livro Performance, Recepção, Leitura (2014). Quanto ao aspecto relacional da roda de leitura e a partilha de sensibilidades que observamos nas ações, nossas reflexões se dão através do livro do curador de arte Nicolas Bourriaud, Estética Relacional (2009), e das perspectivas do filósofo Jacques Rancière em seu A Partilha do Sensível (2009). Já no que concerne às inúmeras possibilidades simbólicas enunciadas pelas ações de incentivo à leitura, sobretudo, em cenários de extrema vulnerabilidade social, interessam-nos os apontamentos de Michèle Petit em seu célebre estudo sobre mediação de leitura A arte de Ler (2009).
Palavras-chave: Leitura. Voz. Roda de leitura. Relação. Curitiba Lê.
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