A importância da sala de apoio à aprendizagem em um colégio indígena Guarani

Visualizações: 631

Autores

  • Rhuan Guilherme Tardo Ribeiro Universidade Estadual de Maringá - UEM
  • Marcos Lübeck Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOSTE

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v11i33.4249

Palavras-chave:

Ensino de Matemática, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Diferenciada.

Resumo

O objetivo neste artigo é evidenciar, a partir de experiências de ensino e pesquisa de um professor de Matemática, a importância da sala de apoio à aprendizagem, bem como mostrar como esta é necessária aos alunos que frequentam um colégio estadual indígena. O texto respalda-se numa investigação qualitativa, cuja abordagem metodológica foi a observação participante e o seu desenvolvimento deve-se ao primeiro autor, o qual está envolvido com o ambiente investigado a alguns anos como professor e pesquisador, onde busca estudar e compreender a cultura Guarani para melhor poder ensinar, sempre pautando suas práticas no respeito, na solidariedade e na cooperação com seus alunos. Portanto, são enfocadas aqui ações realizadas com um grupo de alunos do Ensino Fundamental II, do Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo, localizado no interior do município de São Miguel do Iguaçu, na região oeste do Estado do Paraná/Brasil. Com isso, mostram-se peculiaridades nos modos de ser indígena, enfatizando nisto a necessidade de uma educação escolar diferenciada, a qual tem direcionado as ações docentes por caminhos que fazem sobressair as particularidades culturais Guarani e a contextualização no ensino de Matemática.

Biografia do Autor

Rhuan Guilherme Tardo Ribeiro, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Doutorando em Educação para Ciências e a Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (PCM-UEM), Mestre em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Foz do Iguaçu (PPGEn-UNIOESTE). Licenciado em Matemática, pela Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu (FAESI). Licenciado em Física pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Pós-graduado em Educação do Campo, Educação Especial Inclusiva, Metodologia de Matemática e Física, pela Faculdade São Luiz. Atualmente é professor de Matemática e Física no Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo. Sua proposta de pesquisa é a diversidade no ensino de matemática, levando em consideração a realidade sociocultural dos alunos e seus contextos educacionais. Promovendo um amplo olhar para as diferentes didáticas no ensinar Matemática/Física. Em especial as comunidades Indígenas Guarani. Tem experiência em Educação Matemática, com ênfase em Etnomatemática, História da Matemática, Educação Especial e Educação Indígena.

Marcos Lübeck, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOSTE

Possui Graduação em Matemática pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Santa Maria/RS. Mestrado e Doutorado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Rio Claro/SP. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) - Foz do Iguaçu/PR - no Curso de Matemática e no Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGEn). Tem experiência na área de Educação Matemática, com ênfase nas Relações entre História, Cultura e Educação Matemática, atuando nos seguintes temas: Educação Matemática e Diversidade; Etnomatemática e Educação Etnomatemática; História das Matemáticas de Diferentes Culturas; Formação de Professores de Matemática.

Referências

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a Base. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020.

BRASIL. Portaria nº 1.144, de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo Mais Educação. Brasília: MEC, 2016a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2016-pdf/49131-port-1144mais-educ-pdf/file. Acesso em: 30 abr. 2020.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC, 1998. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002078.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020.

BRASIL. Resolução nº 5, de 25 de outubro de 2016. Destina Recursos Financeiros ao Programa Novo Mais Educação. Brasília: FNDE, 2016b. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/22062989/do1-2016-10-26-resolucao-n-5-de-25-de-outubro-de-2016-22062836-22062836. Acesso em: 30 abr. 2020.

D’AMBROSIO, U. A Relevância do Projeto Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF como Critério de Avaliação da Qualidade do Ensino de Matemática. In: FONSECA, M. C. F. R. (Org.). Letramento no Brasil: habilidades matemáticas. São Paulo: Global/Ação Educativa/Instituto Paulo Montenegro, 2004, p. 31-46.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

FERREIRA, E. S. Uma Metáfora para a Transdisciplinaridade. Campinas: USU, 1995.

FERREIRA, L. L. Educação Escolar Indígena Específica e Diferenciada: uma abordagem discursiva. Cadernos de Educação Escolar Indígena, Barra do Bugres, v. 3, n. 1, p. 153-157, 2004.

FIORENTINI, D.; LORENZATO, S.; Investigação em Educação Matemática:

percursos teóricos e metodológicos. 2. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2007.

FONSECA, M. C. F. R.; CARDOSO, C. A. Educação Matemática e letramento: textos para ensinar Matemática, Matemática para ler textos. In: NACARATO, A. M.; LOPES, C. E. (Org.). Escritas e Leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 63-76.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LÜBECK, M. Etnomatemática: pesquisa e educação na prática de ensino. In: SILVA, A. A.; JESUS, E. A.; SCANDIUZZI, P. P. (Org.). Educação Etnomatemática: concepções e trajetórias. Goiânia: Ed. PUC/GO, 2010, p. 99-121.

LÜBECK, M.; RODRIGUES, T. D. Medir e Pesar num Contexto Distinto - uma explicitação etnomatemática. In: BATISTA, C. K. L.; ARAUJO, D. A. C. (Org.). Educação, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável. Birigui: Boreal, 2010, p. 33-44.

LÜDKE, M. O Professor e a Pesquisa. São Paulo: Papirus, 2001.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU; 1986.

MACEDO, L. Dificuldades de Aprendizagem e Gestão Escolar. São Paulo: Instituto de Psicologia USP/SEE-SP, 2008a.

MACEDO. L. Estratégias e Procedimentos para Aprender ou Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2008b.

MACHADO, N. J. Matemática e Língua Materna. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

MATTE, D. C. Indígenas no RS: educação formal e etnicidade. In: SILVA, G. F.; PENNA, R.; CARNEIRO, L. C. C. (Org.). RS Índio: cartografia sobre a produção do conhecimento. Porto Alegre: Ed. PUC/RS, 2009, p. 104-114.

MEIRA, M. E. M. Construindo uma concepção crítica de psicologia escolar: contribuições da pedagogia histórico-crítica e da psicologia sócio-histórica. In: MEIRA, M. E. M.; ANTUNES, M. A. M. (Org.). Psicologia escolar: teorias críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, p. 13-78.

MENEGAZZO, I. T.; PERES, L. S. Jogos e brincadeiras no contexto interdisciplinar na semana cultural e esportiva. 2011. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1910-8.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020.

PARANÁ. Instrução nº 007/2011. Critérios para a abertura da demanda de horas-aula, do suprimento e das atribuições dos profissionais das Salas de Apoio à Aprendizagem do Ensino Fundamental. Curitiba: SUED/SEED, 2011a. Disponível em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=857. Acesso em: 30 abr. 2020.

PARANÁ. Manual de Orientações do Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contra Turno. Curitiba: SUED/SEED, 2011. Disponível em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/maringa/modules/conteudo/conteudo.php. Acesso em: 30 abr. 2020.

PARANÁ. Resolução nº 1690/2011. Institui o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contra Turno na Educação Básica. Curitiba: SEED, 2011b. Disponível em: www.nre.seed.pr.gov.br/toledo/arquivos/File/resolucao_1690_11.doc Acesso em: 30 abr. 2020.

PRIETO, R. G.; SOUZA, S. Z. L. Educação especial no município de São Paulo: acompanhamento da trajetória escolar de alunos no ensino regular. Revista Brasileira de Educação Especial, n. 12, v. 2, p. 187-202, 2006.

SARMENTO, A. K. C. A Utilização dos Materiais Manipulativos nas Aulas de Matemática. 2010. Disponível em: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT_02_18_2010.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020.

SMOLE, K. C. S.; DINIZ, M. I. Ler, Escrever e Resolver Problemas: habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001.

SCANDIUZZI, P. P. Educação Matemática Indígena: a constituição do ser entre os saberes e fazeres. In: BICUDO, M. A. V.; BORBA, M. C. (Org.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004, p. 186-197.

XAVIER, O. S.; FERNANDES, R. C. A. A Aula em Espaços Não-Convencionais. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus. 2008, p. 225-265.

Downloads

Publicado

24-12-2020

Como Citar

Tardo Ribeiro, R. G., & Lübeck, M. (2020). A importância da sala de apoio à aprendizagem em um colégio indígena Guarani. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 11(33), 148–165. https://doi.org/10.26514/inter.v11i33.4249