Relações entre crianças bem pequenas e natureza como possibilidades de aprendizagem na educação infantil
Visualizações: 533DOI:
https://doi.org/10.26514/inter.v13i38.4597Palavras-chave:
educação infantil, creche, criança, naturezaResumo
Questionando o atual afastamento entre seres humanos e natureza, que marca muitas instituições educativas desde a creche, foi desenvolvida uma pesquisa em uma escola de educação infantil tendo como objetivo principal analisar como crianças bem pequenas podem se relacionar com a natureza e quais os desdobramentos dessa relação para elas/es. A pesquisa, com base na proposta de investigação com crianças em contexto e em princípios da etnografia e da pesquisa qualitativa como um todo, acompanhou, por meio de observação participante, crianças bem pequenas e o trabalho pedagógico desenvolvido pelas suas professoras. Com base em autores da Filosofia e Psicologia, constatou-se, como um dos desdobramentos provocados pelas relações entre crianças e natureza, que elas podem ser potentes nos processos de ensino e aprendizagem. O estudo apontou que as vivências no espaço externo com presença da natureza ou a partir da proposição das professoras com diferentes materiais naturais podem se configurar como possibilidades para que crianças bem pequenas conheçam de forma mais ativa e significativa o funcionamento do mundo e como podem com ele se relacionar, ampliando sua potência de agir e suas possibilidades de atuação.
Referências
AFFORD. In: MICHAELIS. Moderno Dicionário Inglês. São Paulo: Melhoramentos, 2019b. Disponível em https://michaelis.uol.com.br/moderno-ingles/. Acesso em: 23 jul. 2019.
BOGDAN, Robert Charles; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 10 ago. 2016.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução. Brasília: Presidência da República, 2016. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf. Acesso em: 08 jun. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 24 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 959, de 27 de setembro de 2013. Estabelece as diretrizes e normas gerais para o funcionamento dos Colégios de Aplicação vinculados às Universidades Federais, Brasília, 2013. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=9&data=30/09/2013. Acesso em: 05 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 28 maio 2015.
BROUGÈRE, Gilles. Uma teoria da aprendizagem adaptada: a aprendizagem como participação. In: BROUGÈRE, Gilles; ULMANN Anne-Lise. Aprender pela vida cotidiana. Campinas: Autores Associados, 2012. p. 307-320.
CASTELLI, Carolina Machado. Os bebês, as crianças bem pequenas e a natureza na educação infantil: achadouros contemporâneos. Orientadora: Ana Cristina Coll Delgado. 2019. 304 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal
de Pelotas, Pelotas, 2019.
COHN, Clarice. Antropologia da Criança. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. ECOLOGIA. In: MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2019a. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 23 jul. 2019.
ELKONIN, Daniil Borisovich. Enfrentando o problema dos estágios no desenvolvimento mental das crianças. Tradução de Maria Luísa Bissoto. Educar em Revista, Curitiba, n. 43, p. 149-172, jan./mar. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n43/n43a11.pdf.
Acesso em: 12 jan. 2019.
ERICKSON, Frederick. Qualitative methods in research on teaching. In: WITTROCK, Merlin (ed.). Handbook of research on teaching. Chicago: Macmillan, 1986. p.119-161.
ESPINOSA [SPINOZA], Benedictus de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
FERREIRA, Manuela. “- Ela é a nossa prisioneira!” – Questões teóricas, epistemológicas e ético-metodológicas a propósito dos processos de obtenção da permissão das crianças pequenas numa pesquisa etnográfica. Revista Reflexão e Ação, v. 18, n. 2, p. 151-182, 2010. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/1524/1932. Acesso em: 10 jun. 2017.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
GOTTLIEB, Alma. Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos na África. São Paulo: Fap-Unifesp, 2013.
GIBSON, James Jerome. A preliminary description and classification of affordance. In: REED, E.S.; Jones, R. (eds.). Reasons for Realism. Chapter 4.9, Part II. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates, Inc, 1982a. p. 403-406. Disponível em:
https://commons.trincoll.edu/purpleperils/1970-1971/a-preliminary-description-andclassification-of-affordances/. Acesso em: 02 out. 2018.
GIBSON, James Jerome. More on Affordances. In: REED, E.S.; Jones, R. (eds.). Reasons for Realism. Chapter 4.9, Parts III and IV. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates, Inc, 1982b. p. 406-408. Disponível em: https://commons.trincoll.edu/purpleperils/1970-1971/more-onaffordances/. Acesso em: 02 out. 2018.
GIBSON, James Jerome. The Theory of Affordances. In: GIBSON, James Jerome. The Ecological Approach to Visual Perception. Boston: Houghton Mifflin, 1986. p. 127-143.
GOBBATO, Carolina. Os bebês estão por todos os espaços: Dos bebês na sala do berçário aos bebês nos contextos de vida coletiva da escola infantil. 2011. 221 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/29947/000778517.pdf?sequence=1. Acesso em: 27 abr. 2017.
GRAUE, Elizabeth; WALSH, Daniel. Investigação Etnográfica com Crianças: Teorias, Métodos e Ética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
GUERRA, Monica. Ricerche. In: GUERRA, Monica (a cura di). Suggestioni nell'incontrotra educazione e natura. Milano: FrancoAngeli, 2015. p. 39-58.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil: uma primeira aproximação. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2017. p. 1-83.
INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Resumo Técnico: Censo da Educação Básica 2018. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2019. p. 1-70.
JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de Andrade. Linguagens geradoras: seleção e articulação de conteúdos em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005.
LIMA, Mayumi Souza. A cidade e as crianças. São Paulo: Nobel, 1989. LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do Transtorno do Deficit de Natureza. São Paulo: Aquariana, 2016.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2013.
MAIA, Marta Nidia Varella Gomes. Currículo da educação infantil e datas comemorativas: o que dizem profissionais e crianças. 2016. 191 f. Tese (Doutorado em Educação) – Departamento de Educação do Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=33748@1. Acesso em: 20 jun. 2019.
MELLO, Suely Amaral. Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico-cultural. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 57-82, jan./jun. 2007. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/viewFile/1630/1371. Acesso em:
mar. 2017.
NDI. Núcleo de Desenvolvimento Infantil. Centro de Ciências da Educação. Universidade Federal de Santa Catarina. Proposta Curricular. Florianópolis: NDI/CED/UFSC, 2014. v. 1. Disponível em: http://ndi.ufsc.br/files/2015/04/Proposta-Crricular-do-NDI.pdf. Acesso em: 14
abr. 2021.
PINO, Angel. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez, 2005.
ROGOFF, Barbara. A Natureza Cultural do Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed. 2005.
SILVA, Andressa Joseane da. A organização dos espaços na educação infantil e sua influência na expressão cultural das crianças de 0 a 3 anos. 2010. 162 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Unidade Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2010. Disponível em: http://200.18.15.60:8080/pergamumweb/vinculos/00004C/00004C66.pdf. Acesso em: 16 jun. 2016.
TIRIBA, Léa. Crianças da natureza. In: Seminário Nacional Currículo em Movimento – Perspectivas Atuais, 1., 2010, Belo Horizonte. Anais [...] Belo Horizonte: MEC, 2010. p. 1-20. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-%20pdf/7161-2-9-artigo-mec-criancas-natureza-lea-tiriba/file. Acesso em: 20 out. 2015.
TIRIBA, Léa. Crianças, natureza e educação infantil. 2005. 247 f. Tese (Doutorado em Educação) – Departamento de Educação do Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=7704@1. Acesso em: 29 out. 2015.
TIRIBA, Léa; FLORES, Maria Luiza Rodrigues. A Educação Infantil no contexto da Base Nacional Comum Curricular: em defesa das crianças como seres da natureza, herdeiras das tradições culturais brasileiras. Debates em Educação, Maceió, v. 8, n. 16, p. 157-183,
jul./dez. 2016. Disponível em: http://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/2422/2140. Acesso em: 31
out. 2017.
TOMASELLO, Michael. The Cultural Origins of Human Cognition. Cambridge: Harvard University Press, 1999.
TONUCCI, Francesco. Quando as crianças dizem: agora chega! Porto Alegre: Artmed, 2005.
UFSC. Gabinete do Reitor. Portaria nº 0118/GR/80, de 07 de abril de 1980. Cria o Núcleo de Desenvolvimento Infantil desta Universidade. Florianópolis: UFSC, 1980. Disponível em: http://notes.ufsc.br/aplic/portaria.nsf/4776580cad62c24303256261005f49bd/5c03cbf9497fcdfe032563250000ccc1?OpenDocument&Highlight=2,0118%2FGR%2F80. Acesso em: 14 abr. 2021.
VIGOTSKI, Lev Semionovich. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução de Paulo Bezerra. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.