Trabalho e Resistência: a docência em escolas da Ilha Grande

Visualizações: 78

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/inter.v15i42.4725

Palavras-chave:

Classes multisseriadas. Trabalho docente. Trabalho pedagógico

Resumo

O objetivo do presente artigo é analisar o trabalho das professoras que lecionam em escolas com classes multisseriadas, que atendem crianças e adolescentes do ensino fundamental, e estão situadas em comunidades remanescentes de caiçaras da Ilha Grande, em Angra dos Reis-RJ. Dentre os principais resultados da análise, observou-se uma intensificação do trabalho, bem como aumento da responsabilidade das docentes com as atividades vinculadas à gestão das escolas. E, ainda, verificou-se que, mesmo em condições adversas, há uma mobilização de estratégias criativas para o ensino em classes multisseriadas, visando a valorização tanto dos conhecimentos formalizados pela sociedade letrada quanto dos saberes da cultura local. Conclui-se que se faz necessário criar políticas públicas de educação que sejam diferenciadas daquelas que atendem ao modelo de ensino tradicional, de modo a priorizar a criação de espaços para reflexão coletiva sobre as práticas pedagógicas e as condições de trabalho que são enfrentadas pelos professores que trabalham com as classes multisseriadas. Além disso, deve ser dada prioridade à formação continuada dos docentes, bem como criar estímulos e condições que possibilitem a manutenção deles nestas escolas. Este trabalho baseia-se em pesquisa empírica e bibliográfica e no referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, bem como da Sociologia da Educação.

Referências

BRASIL. Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996.

_________. Constituição de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 de outubro de 1998.

_________. Ministério da Educação e Cultura. Escola Ativa: diretrizes para implantação e implementação da estratégia escola ativa.Brasília: MEC; FUNDESCOLA, 2005.

_________. Decreto nº 7.352, 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de novembro de 2010.

CARVALHO, M. P. de et al. Cuidado e gerencialismo: para onde vai o trabalho das professoras. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.34, e203244. p. 1-29, 2018.

CHRISOSTIMO, S. da S. A realidade da educação do/no campo na comunidade caiçara da praia da longa em Angra dos Reis/RJ. 2016. 14 f. Monografia (Conclusão de Curso) - Curso de especialização em educação do campo. Centro de Educação e Ciências Humanas. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos (SP).

FREITAS, H. C. L. de. Cap. 1 – O PIBID e as políticas de formação e valorização do magistério. In: PRADO, G. V.T.; AYOUB, E. (orgs). Construindo parcerias entre a universidade e a escola pública. Campinas (SP): Edições Leitura Crítica, 2014, p. 17-33.

GARCIA, M. M. A.; ANADON, S. B. Reforma educacional, intensificação e autointensificação do trabalho docente. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 30, n. 106, p. 63-85, jan./abr. 2009.

MOSÉ, V. A escola e os desafios contemporâneos. 4ª. Ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

NUNES, C. A construção coletiva da educação para a emancipação e da escola de direitos à aprendizagem. In: MARCASSA, F.; PINTO, F.M.; DANTAS, J.S. (orgs). Formação continuada e politização docente: escola e universidade na luta pela educação no Maciço do Morro da Cruz. Florianópolis: Insular, 2013, p. 275-287.

OLIVEIRA, D. A. Educação como campo de disputa de saberes e de afirmação social: para a construção de uma pedagogia latino-americana. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 11, n. 3, p. 13-35, set./dez. 2018.

PENNA, M. G. de O. Valores Práticos do Magistério e Facetas de Práticas Pedagógicas. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 823-839, set./dez. 2012.

RAMOS, M. N.. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação?. Cortez, 2002.

RAMOS, M. Filosofia da práxis e práticas pedagógicas de Formação de trabalhadores. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v.23, n.1, p. 207-218, jan-abr. 2014.

SAVIANI, D.. A Pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas (SP): Autores Associados, 2008.

SILVA, V. et al. Formação de professores em Educação do Campo: pedagogia do movimento no paradigma emancipatório. Revista de Educação, Ciência e Cultura, Canoas, v. 24, n. 1, p. 53-70, mar. 2019.

SOARES, A. de S. A Autoridade do Professor e a Função da Escola. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 841-861, set./dez. 2012.

Downloads

Publicado

09-07-2024

Como Citar

Alves, M. A. (2024). Trabalho e Resistência: a docência em escolas da Ilha Grande. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 15(42), 9–29. https://doi.org/10.61389/inter.v15i42.4725