Trabalho e Resistência

a docência em escolas da Ilha Grande

Visualizações: 121

Authors

DOI:

https://doi.org/10.61389/inter.v15i42.4725

Keywords:

Classes multisseriadas, trabalho docente, trabalho pedagógico

Abstract

O objetivo do presente artigo é analisar o trabalho das professoras que lecionam em escolas com classes multisseriadas, que atendem crianças e adolescentes do ensino fundamental, e estão situadas em comunidades remanescentes de caiçaras da Ilha Grande, em Angra dos Reis-RJ. Dentre os principais resultados da análise, observou-se uma intensificação do trabalho, bem como aumento da responsabilidade das docentes com as atividades vinculadas à gestão das escolas. E, ainda, verificou-se que, mesmo em condições adversas, há uma mobilização de estratégias criativas para o ensino em classes multisseriadas, visando a valorização tanto dos conhecimentos formalizados pela sociedade letrada quanto dos saberes da cultura local. Conclui-se que se faz necessário criar políticas públicas de educação que sejam diferenciadas daquelas que atendem ao modelo de ensino tradicional, de modo a priorizar a criação de espaços para reflexão coletiva sobre as práticas pedagógicas e as condições de trabalho que são enfrentadas pelos professores que trabalham com as classes multisseriadas. Além disso, deve ser dada prioridade à formação continuada dos docentes, bem como criar estímulos e condições que possibilitem a manutenção deles nestas escolas. Este trabalho baseia-se em pesquisa empírica e bibliográfica e no referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, bem como da Sociologia da Educação.

Author Biography

Maria Aparecida Alves, Universidade Federal Fluminense

Possui mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (2001), com ênfase em Sociologia do trabalho. Possui doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2008), na área de concentração: Educação, Sociedade, Política e Cultura vinculada ao Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação. Atua principalmente nos temas: Reforma do Ensino Médio, trabalho do professor, educação e trabalho, formação profissional, sociologia da educação, sociologia do trabalho. Atualmente é professora associada IV da Universidade Federal Fluminense, no Instituto de Educação de Angra dos Reis.

References

BRASIL. Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996.

_________. Constituição de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 de outubro de 1998.

_________. Ministério da Educação e Cultura. Escola Ativa: diretrizes para implantação e implementação da estratégia escola ativa.Brasília: MEC; FUNDESCOLA, 2005.

_________. Decreto nº 7.352, 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de novembro de 2010.

CARVALHO, M. P. de et al. Cuidado e gerencialismo: para onde vai o trabalho das professoras. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.34, e203244. p. 1-29, 2018.

CHRISOSTIMO, S. da S. A realidade da educação do/no campo na comunidade caiçara da praia da longa em Angra dos Reis/RJ. 2016. 14 f. Monografia (Conclusão de Curso) - Curso de especialização em educação do campo. Centro de Educação e Ciências Humanas. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos (SP).

FREITAS, H. C. L. de. Cap. 1 – O PIBID e as políticas de formação e valorização do magistério. In: PRADO, G. V.T.; AYOUB, E. (orgs). Construindo parcerias entre a universidade e a escola pública. Campinas (SP): Edições Leitura Crítica, 2014, p. 17-33.

GARCIA, M. M. A.; ANADON, S. B. Reforma educacional, intensificação e autointensificação do trabalho docente. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 30, n. 106, p. 63-85, jan./abr. 2009.

MOSÉ, V. A escola e os desafios contemporâneos. 4ª. Ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

NUNES, C. A construção coletiva da educação para a emancipação e da escola de direitos à aprendizagem. In: MARCASSA, F.; PINTO, F.M.; DANTAS, J.S. (orgs). Formação continuada e politização docente: escola e universidade na luta pela educação no Maciço do Morro da Cruz. Florianópolis: Insular, 2013, p. 275-287.

OLIVEIRA, D. A. Educação como campo de disputa de saberes e de afirmação social: para a construção de uma pedagogia latino-americana. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 11, n. 3, p. 13-35, set./dez. 2018.

PENNA, M. G. de O. Valores Práticos do Magistério e Facetas de Práticas Pedagógicas. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 823-839, set./dez. 2012.

RAMOS, M. N.. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação?. Cortez, 2002.

RAMOS, M. Filosofia da práxis e práticas pedagógicas de Formação de trabalhadores. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v.23, n.1, p. 207-218, jan-abr. 2014.

SAVIANI, D.. A Pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas (SP): Autores Associados, 2008.

SILVA, V. et al. Formação de professores em Educação do Campo: pedagogia do movimento no paradigma emancipatório. Revista de Educação, Ciência e Cultura, Canoas, v. 24, n. 1, p. 53-70, mar. 2019.

SOARES, A. de S. A Autoridade do Professor e a Função da Escola. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 841-861, set./dez. 2012.

Published

2024-07-09

How to Cite

Alves, M. A. (2024). Trabalho e Resistência: a docência em escolas da Ilha Grande. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 15(42), 9–29. https://doi.org/10.61389/inter.v15i42.4725