O PIBID entre 2007 e 2018: A formação de professores como terreno de disputa
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https://doi.org/10.26514/inter.v14i40.6038Palavras-chave:
Formação de Professores, PIBID, Pedagogia, Ciclo de Políticas, Políticas Públicas de Formação DocenteResumo
RESUMO: Este artigo trata-se do relato de uma pesquisa que se propôs a analisar a trajetória do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) entre 2007 e 2018. A questão central do estudo é: como interpretam a trajetória do PIBID aqueles que atuaram nele nos contextos de influência, produção de texto e prática? Metodologicamente utilizou-se análise documental, entrevistas e questionários. Destacam-se como referenciais teóricos Zeichner na formação de professores e Ball nas políticas públicas educacionais. Os resultados indicam que, ao longo de sua trajetória, o PIBID encarnou as disputas em torno dos sentidos de docência e de formação entre progressistas e liberais. Analisou-se essas mudanças em dois blocos: “primeira fase do PIBID” (2007-2013) e “segunda fase do PIBID” (2014-2018). A primeira fase pautava-se em uma formação profissional; na promoção da “relação teoria e prática”; e na parceria universidade-escola básica. A segunda fase organizou-se a partir da necessidade de baixo custo; da consolidação de reformas e programas escolares; e na promoção de novas funções para universidade e escola através do gerencialismo e da performatividade. Conclui-se que as mudanças pelas quais o programa passou ao longo de sua trajetória desconfiguram radicalmente sua essência e põem em risco sua continuidade.
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