Desafios no ensino de embriologia: interlocuções entre formação inicial e escola
Visualizações: 1147DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v13i38.4557Palabras clave:
Ensino de embriologia, Saberes docentes, Seleção de conteúdoResumen
Os conhecimentos em embriologia são essenciais para compreender o desenvolvimento humano e animal, e socialmente relevantes devido sua relação com temas como gravidez, aborto, uso de drogas e avanços tecnológicos. Mas, sua abordagem na formação inicial de professores de Biologia necessita ser problematizada, uma vez que esse debate pode contribuir para esclarecimentos sobre necessidades formativas específicas do ensino de tópicos desse campo de estudo. Assim, por meio da Análise Textual Discursiva (ATD) das entrevistas com estudantes de licenciatura em Ciências Biológicas e identificação de suas percepções sobre o assunto, buscamos compreender os desafios sinalizados por estes e que precisam ser transpostos no contexto escolar e universitário. As falas desses estudantes revelaram dois grupos gerais de desafios: um sobre a escola, onde a embriologia foi tratada como uma área “esquecida”; e outro referente à universidade, na preparação específica para a docência e sobre as dificuldades encontradas por professores na seleção dos conteúdos. Esses dados nos mostram a importância de pesquisas como essas que podem, além de elucidar alguns desafios, discutir as relações entre os saberes docentes adquiridos na formação inicial dos professores de Biologia e sua atuação específica na Educação Básica, mediando o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Citas
ALMEIDA, P. C. A. de; BIAJONE, J. Saberes docentes e formação inicial de professores: implicações e desafios para as propostas de formação. Educ. e Pesq., São Paulo, v. 33, n. 2, p. 281–295, ag2007.
ALVES, K. dos S. G.; TÉRAN, A. F.; FORSBERG, M. C. A Transposição Didática e a formação inicial de professores para o ensino de Biologia. In: BARBOSA, I. et al. (org.). Educação em Ciências na Amazônia: Múltiplos Olhares. Manaus: UEA/Escola Normal Superior/PPGEECA, 2011. p. 11–24.
AZEVEDO, K. A. A. Rotatividade docente e suas implicações no contexto escolar. In: O Professor PDE e os desafios da Escola Pública Paranaense, Londrina, v. 1, p. 1–21, 2012. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_uel_ped_artigo_kelly_aparecida_almeida_azevedo.pdf. Acesso em: 21 mar. 2020.
BARTZIK, F.; ZANDER, L. D. A importância das aulas práticas de Ciências no Ensino Fundamental. @rquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 4, n. 8, p. 31-38, 2016.
BERNARDO, J. M. P.; TAVARES, R. de O. Desenvolvimento de modelos didáticos auxiliares no processo de ensino-aprendizagem em Embriologia Humana. Educação em Debate, Fortaleza, ano 39, n. 74, p. 87-105, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio), Brasília, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf. Acesso em: 11 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 1.301/2001, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1301.pdf. Acesso em: 21 mar. 2020.
BRASIL. Secretaria Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei das diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm. Acesso em: 21 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologias, Inovações e Comunicações. Resolução CONCEA nº 38, de 19 de abril de 2018. Disponível em: https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/legislacao/outros_atos/resolucoes/Resolucao_Normativa_CONCEA_n_38_de_17042018.html. Acesso em: 11 nov. 2018.
CÁRIAS, L. R. D. et al. Biologia na escola: uma nova estratégia de ensino. Analecta, Juiz de Fora, v. 4, n. 4, p. 162–178, 2018.
CARVALHO, A. M. P. de; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 10. ed., São Paulo: Cortez, 2011.
COLOGNESE, S. A.; MELO, J. L. B. de. A técnica da entrevista na pesquisa social. Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, v. 9, p. 143–159, 1998.
DAMASIO, F.; PEDUZZI, L. O. Q. Para que ensinar Ciência no século XXI? - Reflexões a partir da filosofia de Feyerabend e do ensino subversivo para uma aprendizagem significativa crítica. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 20, p. 1-18, 2018.
DUARTE, R. G. Os Determinantes da Rotatividade dos Professores no Brasil: Uma análise com base nos dados do SAEB 2003. 2009. Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.
FERREIRA, A. S. S. B. S. Elaboração e avaliação de um ambiente virtual para o ensino/ aprendizagem de Embriologia. 2011. Tese (Doutorado em Biologia Geral e Aplicada) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011.
FREITAS, L. A. M. de. et al. Construção de modelos embriológicos com material reciclável para uso didático. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 24, n. 1, p. 91–97, 2008.
FUJITA, A. T.; MARTINS, H. L.; MILLAN, R. N. Importância das práticas laboratoriais no ensino das ciências da natureza. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, São José dos Pinhais, v. 2, n. 2, p. 721–731, 2019.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GILBERT, S. Biologia do Desenvolvimento. Traducão: Adolfo Max Rothschild et al. 5. ed. Ribeirão Preto, São Paulo: FUNPEC-Editora, 2003.
JOTTA, L. DE A. C. V. Embriologia animal: uma análise dos livros didáticos de Biologia do Ensino Médio. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2005.
LIMA, D. B. DE; GARCIA, R. N. Uma investigação sobre a importância das aulas práticas de Biologia no Ensino Médio. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 24, n. 1, p. 201–224, 2011.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MADUREIRA, Â. M. S. Uma proposta de metodologia do ensino de Embriologia Básica. 2012. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.
MEIRA, M. DOS S. et al. Intervenção com modelos didáticos no processo de ensino-aprendizagem do desenvolvimento embrionário humano: uma contribuição para a formação de licenciados em Ciências Biológicas. Ciência e Natura, Santa Maria, v. 37, n. 2, p. 301–311, 2015.
MELLO, J. M. de. Análise das condições Didático Pedagógica do ensino de Embriologia Humana no Ensino Fundamental e Médio. Arquivos do Museu Dinâmico Interdisciplinar, Maringá, v. 13, n. 1/2/3, p. 34–45, 2009.
MENEZES, L. C. de. Ensinar ciências no próximo século. In: HAMBURGER, E. W.; MATOS, C. (org.). O Desafio de Ensinar Ciências no Século XXI. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência; Brasília: CNPq, 2000. p. 48–54.
MONTANARI, T. Dispositivos móveis e modelagem no ensino de Embriologia. Revista Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 1–10, 2017.
MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação, Bauru, v. 9, n. 2, p. 191–211, 2003.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. DO C. Análise textual discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação, Bauru, v. 12, n. 1, p. 117–128, 2006.
ODA, W.; DELIZOICOV, D. Docência no Ensino Superior: as disciplinas Parasitologia e Microbiologia na formação de professores de Biologia. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 11, p. 101–121, 2011.
OLIVEIRA, M. S. de. et al. Uso de material didático sobre embriologia do sistema nervoso: avaliação dos estudantes. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 36, n. 1, p. 83–92, 2012.
PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. das G. C. Educação, identidade e profissão docente. In: Docência no ensino superior. 1. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002. p. 95–136.
RESENDE, M. R. Saber científico – conhecimento específico – saber escolar e a formação de professores. Série-Estudos, Campo Grande, v. 24, p. 35–53, 2007.
RIBEIRO, L. C. V. Testando novas metodologias de aprendizagem para o ensino de Embriologia Humana: Relato de experiência e percepção dos discentes. Revista Docência Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 8, n. 1, p. 151–165, 2018.
SANTOS, L. C.; RIBEIRO, K. S.; PRUDÊNCIO, C. A. V. Percepções de licenciandos em Ciências Biológicas quanto ao ensino de embriologia na Educação Básica: dificuldades e estratégias de transposição didática. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 11, n. 07, p. 276–297, 2020.
SHULMAN, L. S. Those Who Understand: Knowledge Growth in Teaching. Educational Researcher, v. 15, n. 2, p. 4–14, 1986.
SHULMAN, L. S. Conocimiento y enseñanza: fundamentos de la nueva reforma. Revista de Currículum y Formación del Profesorado, Granada, v. 9, n. 2, p. 1–30, 2005.
SILVA, N. G. DA; OLIVEIRA, A. A. de; PIROVANI, J. C. M. A perspectiva dos alunos com deficiência visual sobre o ensino de embriologia na educação básica. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 15, n. 27, p. 530–543, 2018.
SILVA, L. H. de A.; SCHNETZLER, R. P. A elaboração conceitual em disciplina da área biológica como referência formativa para a atuação docente de futuros professores. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5., 2005, Bauru, SP. Anais [...]. Bauru, SP: ABRAPEC, 2005. p. 1-13.
SOUZA, L. de F. de O. et al. A importância de ensinar Embriologia Humana no Ensino Médio: uma análise de livros didáticos de Biologia recomendados pelo PNLD 2018. Revista Eletrônica Pesquiseduca, v. 12, n. 26, p. 208–225, 2020.
TORRES, A. R. A Pedagogia Universitária e suas relações com as políticas institucionais para a formação de professores da Educação Superior. 2014. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
VLNIESKA, V. Aplicando diferentes recursos didáticos: uma avaliação de aprendizagem em embriologia. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.