Educação estética em Abya Yala
inter-relações entre o pensamento freiriano e o Bem Viver
Visualizações: 135DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v14i41.7509Palabras clave:
América Latina e Caribe, Artes Visuais, Estéticas Decoloniais, HumanizaçãoResumen
Este artigo parte da premissa da indissociabilidade entre razão e sensibilidade na formação estética dos/as educandos/as, de modo a sistematizar estudos que problematizam o legado ocidental hegemônico inscrito no campo epistêmico. A concepção “bancária” que configura a educação, tende a fazer com que a população estude de forma isolada arte e estética, dentro dos paradigmas do pensamento ocidental, deslegitimando os demais saberes emotivo-intelectuais produzidos no contexto de Abya Yala. Assim, neste artigo procura-se refletir sobre como a estética do ponto de vista dos povos originários da etnia Boe, Wayana, Potiguara e Yanomami, se inter-relacionam ao pensamento freiriano e aos estudos sobre Bem Viver, prática proposta nos novos constitucionalismos latino-americanos do Equador e Bolívia. Para isso, discute-se o campo da educação estética numa perspectiva libertadora e decolonial, ação que exige abertura a aprender com os saberes milenários dos povos originários e traçar caminhos para uma formação humana construída no horizonte do Bem Viver, da comunhão e da solidariedade dos existires. Como resultado, aponta-se para a importância de refletir sobre a existência de estéticas e artes no plural, na busca por criar alternativas epistêmicas dispostas a aprender com as cosmovisões indígenas.
Citas
COLL, Liana; MENEZES, Adriana Vilar de. Situação dos Yanomami expõe abandono dos indígenas pelo Estado. UNICAMP, Campinas, 24 de janeiro de 2023. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2023/01/24/situacao-dos-yanomami-expoe-abandono-dos-indigenas-pelo-estado>. Acesso em 18 fev. 2023.
DUSSEL, Enrique. Sete hipóteses para uma estética da libertação. Revista Filosofazer, Passo Fundo, n. 52, jul/dez, 2019. p. 3-39.
DUSSEL, Enrique. Oito ensaios sobre cultura latino-americana e libertação. São Paulo: Paulinas, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da tolerância. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013a.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. São Paulo: Paz e Terra, 2013b.
FRIGGERI, Félix Pablo. Algunas claves del aporte de los intelectuales indígenas para pensar desde América Latina. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, vol. 11, N. 3, p. 19-49, 2017.
FRIGGERI, Felix Pablo. Biocentrismo ancestral: uma ecologia mais profunda. Le Monde Diplomatique Brasil. série Desafios da Integração, 03 de junho de 2022. Disponível em: https://diplomatique.org.br/biocentrismo-ancestral/>. Acesso em 20 jun. 2022.
FUNERAL Bororo. Bororo Museu Virtual UNB, 2021. Disponível em: < http://bororo.museuvirtual.unb.br/index.php/pt/>. Acesso em 28 jun. 2022.
GARCIA CANCLINI, Nestor. Entrada; e Das utopias ao mercado. In. GARCIA CANCLINI, Nestor. Culturas híbridas. São Paulo: Editora da USP, 2000.
GIROUX, Henry. Paulo Freire e a política de pós-colonialismo. In: MCLAREN, Peter; LEONARD, Peter; GADOTTI, Moacir (Orgs.). Paulo Freire: poder, desejo e memórias da libertação. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 191-202.
GÓMEZ, Pedro Pablo; MIGNOLO, Walter. Estéticas decoloniales. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas, 2012. 92p.
GRAÚNA, Graça. Dos saberes indígenas: o nosso papel também é fazer arte. Revista Literatura em Debate, v. 12, n. 22, p. 223-230, jan./jul., 2018. Disponível em: <http://revistas.fw.uri.br/index.php/literaturaemdebate/article/view/2936/2471>. Acesso em 25 jul. 2022.
GROSFOGUEL, Ramon. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistêmicos do longo do século XVI. Decolonialidade e Perspectiva Negra. Revista Sociedade e Estado. Volume 31. Número 1. Janeiro/Abril 2016, p. 25 a 50.
GUDYNAS, Eduardo. Buen Vivir: un necesario relanzamiento. Revista Yachaykuna, Equador, n. 13, p. 40-47, junio, 2010.
KOPENAWA, D. e ALBERT, B. A queda do céu. Palavras de um xama yanomami.
Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo, Cia das Letras, 2015.
LECCI, Alice Lino. Pagiwuguwo: tornemo-nos corpos! A formação corpórea no rito funeral Boe. In. DAMIÃO, Carla Milani e BRANDÃO, Caius (org.). Estéticas indígenas: III Colóquio de Estética da FAFIL/UFG. Goiânia: Gráfica UFG, 2019. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/Esteticas_Indigenas_-_ebook.pdf>. Acesso em 20 jun. 2022.
MACAS, Luis. El Sumak Kawsay. Revista Yachaykuna, Equador, n. 13, p. 13-39, junio, 2010.
OLIVEIRA, Rachel Cecília de. Aporias da pluralidade: como (...) sobre o que ainda não existe. In. DAMIÃO, Carla Milani e BRANDÃO, Caius (org.). Estéticas indígenas: III Colóquio de Estética da FAFIL/UFG. Goiânia: Gráfica UFG, 2019. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/Esteticas_Indigenas_-_ebook.pdf>. Acesso em 20 jun. 2022.
PALERMO, Zulma. El arte latinoamericano en la encrucijada descolonial. In: Palermo, Z. (Comp). Arte y estética en la encrucijada descolonial. Buenos Aires: Del Signo, 2009.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Entre América e Abya Yala - tensões de territorialidades. Desenvolvimento e meio ambiente, Curitiba, PR, Editora UFPR, n. 20, p. 25-30, jul./dez. 2009. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/made/article/view/16231 Acesso em 20 jun. 2022.
QUIJÁNO, Aníbal. “Bien Vivir” para redistribuir el poder: los pueblos indígenas y su propuesta alternativa en tiempos de dominación global. Revista Saberes Yachaykuna, Equador, p. 47-63, 2010.
REDIN, Marita Martins. Estética. In: STRECK, Danilo R.; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Orgs). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 193-195.
SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
SEVCENKO, Nicolau. Dragões, borboletas e brasis. Folha de S. Paulo. Caderno de Resenhas. 01 de maio de 1995. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/5/01/caderno_especial/9.html>. Acesso em 20 jun. 2022.
VELTHEM, Lucia Hussak van. “Evocar outras realidades”: considerações sobre as estéticas indígenas. In. DAMIÃO, Carla Milani e BRANDÃO, Caius (org.). Estéticas indígenas: III Colóquio de Estética da FAFIL/UFG. Goiânia: Gráfica UFG, 2019. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/Esteticas_Indigenas_-_ebook.pdf>. Acesso em 20 jun. 2022.
XAPIRI: Iniciativa e mobilização dos encontros de Xamãs. Direção: Leandro Lima e Gisela Motta, Laymert Garcia dos Santos e Stella Senra, Bruce Albert. Produção: Cinemateca Brasileira e Instituto Socioambiental. Brasil, 2012. (55:03) Disponível em: < https://vimeo.com/47012586>. Acesso em 20 jun. 2022.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.