Vozes (des)veladas... memórias de homossexuais sobre práticas escolares.
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https://doi.org/10.26514/inter.v7i21.1393Palavras-chave:
Homossexualidade. Violências. Discurso. Representações de si.Resumo
O presente estudo traz memórias de sujeitos homossexuais do GGFBR (Grupo Gay Facebook Brasil). Aborda as representações que os homossexuais criaram durante seus períodos escolares, no que se refere à discriminação e ao preconceito vividos, às violências e às práticas escolares. Observa-se que os sujeitos conviveram com experiências de discriminação e da homofobia que contribuíram para entender a demarcação ideológica presente nos ditos dos sujeitos da comunidade escolar, que também refrataram na constituição da representação de si. Assim, a pesquisa utilizou a abordagem da pesquisa qualitativa, aliada aos pressupostos da Análise do Discurso, baseando-se em teóricos como Foucault (1979; 1986; 2003; 2013), Goffaman (1988), Junqueira (2009), Louro (2007; 2008; 2009), Orlandi (1994; 2012) e Coracini (2007; 2010; 2011), para compreender a concepção de homossexualidade e diversidade sexual que oferece suporte para questionar a hegemonia das concepções heteronormativas que explicam as relações sociais e educacionais dos sujeitos, ritualizando as atividades da escola, bem como criar condições para entender os fragmentos e os efeitos de sentido que produzem exclusão nos contextos de convivência dos homossexuais. Realizaramse, também, leituras a respeito dos movimentos sociais e as conquistas para o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), perfazendo um itinerário que problematizasse a formação de professores e a relevância da diversidade para ressignificar os conceitos que demarcam suas práticas educativas. No que se refere à coleta e análise de dados, foi feito o convite aos participantes do GGFBR, marcando, aleatoriamente, alguns sujeitos, visando a promover o convite; após isso, obteve-se um quantitativo de oito memórias; destas, foram utilizadas sete, visto que trouxeram dados relevantes sobre o tema de nosso estudo: as memórias de discriminação, violência e práticas escolares. Como conclusão, considera-se que a compreensão atual que têm de si refratou as experiências negativas vividas pelas piadinhas preconceituosas, violências e assédios vividos, como alvos de brincadeiras depreciativas em aulas de Educação Física e Ciências, indicando que a escola representou um ambiente de formalização de performatividades de gênero, inscrevendo nos corpos desses sujeitos seu estigma, por não corresponder aos atributos predeterminantes do gênero masculino.
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