Dançando para viver: pedagogia social e a aprendizagem da prostituta no striptease

Visualizações: 544

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i34.4691

Palavras-chave:

Pedagogia social. Aprendizagem. Resistência.

Resumo

O objetivo deste texto é descrever compreensivamente a aprendizagem de uma garota de programa na prática do pole dance e sua relação com a pedagogia social. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica (FORGHIERI, 2014) e etnográfica (GIL, 2010) por possibilitar um “mergulho / envolvimento” no cotidiano e subjetividade do espaço pesquisado. A produção de dados aconteceu a partir da observação participante por favorecer o contato direto com os acontecimentos objetivos e subjetivos sem excessiva intermediação. Desvelar o processo de ensino e aprendizagem do pole dance significa adentrar ao mundo da prostituta, uma profissional aberta às diferenças variadas de clientela, marcadas não apenas pela violência, mas pela solidariedade, amizade – entre elas. Ao mesmo tempo, a dança a faz corpo de dançarina e atriz, profissões não marginalizadas pela contemporaneidade, pontuando possibilidades ou mesmo de resistir contra a hegemonia que, em muitos momentos, as inferioriza.

Palavras-chave: Pedagogia social. Aprendizagem. Resistência.

Biografia do Autor

Rodrigo Bravin, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Cientista Social, Pedagogo, Mestre em Educação e Doutorando em Educação Pela UFES. Professor de Sociologia da Rede Estadual do Espírito Santo.

Hiran Pinel, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES - Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE e Centro de Educação - CE

Professor Titular da Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE; Centro de Educação - CE e Coordenador do Grufei - Grupo de Fenomenologia, Educação (Especial) & Inclusão.

Herberth Gomes Ferreira, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Licenciado em Filosofia, Mestre em Ciências da Religião e Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE UFES

Referências

BRAVIN, R. A produção do corpo feminino numa boate de striptease de Vitória – ES; estudo do tipo etnográfico. Disponível em: < http://www.2014.gepsexualidades.com.br/resources/anais/4/1405737804_ARQUIVO_ArtigoSeminarioGEPSsRodrigoBravin.pdf >. Acesso em: 15 de jan. de 2019.

BURBULHAN, Fernanda; GUIMARAES, Roberto Mendes; BRUNS, Maria Alves de Toledo. Dinheiro, afeto, sexualidade: a relação de prostitutas com seus clientes. Psicol. estud., Maringá , v. 17, n. 4, dez. 2012 . Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141373722012000400013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 18 de dez. de 2018.

CEFAI, D. Provações corporais: uma etnografia fenomenológica entre moradores de rua de Paris. Lua Nova [online]. 2010, n.79, pp. 71-110.

DAMATTA, R. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro – RJ: Rocco, 1986.

DAMATTA, R. A casa & a rua. 5 ed.. – Rio de Janeiro – RJ: Rocco, 1997.

FELLINI, F. Noites de Cabíria. Itália/França: Produtora Dino De Laurentiis, 1957. Título original: Le notti di Cabiria. Preto e branco. 110 min.

FERNANDEZ, M. Pole dance: origem, significados, benefícios e dicas. Disponível em < http://lugardamulher.com/pole-dance-origem-significado-beneficios-e-dicas/>. Acesso em: 15 de fev. de 2019.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

FREIRE, P. Paulo Freire & Educadores de rua; uma abordagem crítica. Rio de Janeiro: Lidador, 1985.

FREIRE, P. Política e educação; ensaios. São Paulo: Cortez, 2003.

FORGHIERI, Y. C. Psicologia fenomenológica; fundamentos, métodos e pesquisa. São Paulo: Pioneira, 2014.

GALEANO, E. As palavras andantes. São Paulo: LPM, 1994.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184p.

GOELLNER, S. V. A produção cultural do corpo. In: LOURO, G. L.; GOELLNER, S. V.; FEPIPE, J. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis – RJ: Vozes, 2013.

LARROSA, J. (Org). Psicologia e educação; o significado do aprender. Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte – MG: Autêntica, 2000.

PERLONGHER, N. O negócio do michê; a prostituição viril em São Paulo. 2ªed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

PERLONGHER, N. O negocio do michê; prostituição viril em São Paulo. 30/06/1986. 341 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade de Campinas, Campinas, 1986.

PINEL, H. Educadores da noite. Belo Horizonte: Nuex-Psi, 2004.

PINEL, H. Apenas dois rapazes & uma educação social; cinema, existencialismo e inclusão. Vitória: Do Autor, 2005.

SEMPREVIVA, O. F. Prostituição: uma abordagem feminista. Disponível em: < http://br.boell.org/sites/default/files/prostituicao_uma_abordagem_feminista.pdf >. Acesso em: 20 de jan. de 2019.

SUNG, J. M. Economia fetichizada e prostituição. Disponível em: < http://www.oblatas.org.br/artigos_detalhes.asp?codigo=9&categoria=3&subcategoria=2 >. Acesso: em 20 de jan. de 2019.

SWAIN, T. N. Balizar e naturalizar a prostituição: violência social e histórica. Disponível em: < http://www.ruc.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/172/164 >. Acesso em: 14 de fev. de 2019.

WARRIOR, B. Com certeza existem. Disponível em: <https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20111219101714AA4SKWR>. Acesso em: 10 de fev. de 2019.

Downloads

Publicado

18-06-2021

Como Citar

Bravin, R., Pinel, H., & Ferreira, H. G. (2021). Dançando para viver: pedagogia social e a aprendizagem da prostituta no striptease. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(34), 265–292. https://doi.org/10.26514/inter.v12i34.4691