Se o Hip Hop fosse uma pessoa ele diria exatamente o que eu vou dizer: discursos de cantoras negras de rap de São Paulo/SP

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v13i38.4932

Palavras-chave:

Educação, Discurso, Gênero, Diáspora, Rap

Resumo

O problema do trabalho é sobre quais as relações de poder e saber colocadas em movimento a partir dos discursos contidos em três músicas de cantoras negras de rap de São Paulo/SP, produzidas entre os anos de 2010 a 2018, especificamente das canções Livre no Mundo, de Sharylaine, Flor de Mulher, de Luana Hansen, e Falsa Abolição, de Preta Rara/Tarja Preta. Para desenvolvimento do texto, utilizamos a teoria de análise do discurso de Michel Foucault (fase arquegenealógica), em somatória aos Estudos Culturais em sua vertente pós-estruturalista, por meio dos conceitos desenvolvidos por Foucault (1996a e b, 1977, 1995, 2008, 2010 e 1999), Gregolin (2001 e 2006), Hall (2003), Louro (1997) e Silva (2000). Para colocar os discursos em movimento, recorremos à análise bibliográfica e à utilização de entrevistas semiestruturadas realizadas com as artistas Sharylaine e Luana Hansen. Com a composição da análise, percebemos que a música é um campo discurso, em que existem enunciados, que colocam em movimento práticas de resistências e denotam relações de poder e saber. Com nossa pesquisa, debatemos sobre temáticas ligadas aos conceitos de diáspora, cidade, identidade, processo de subjetivação, racismo, memória, gênero e violência contra a mulher.

Biografia do Autor

Flávia Nascimento Giongo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Graduada em Direito pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em Francisco Beltrão/PR, com conclusão do curso no ano de 2017. Atualmente cursa Mestrado na área de Educação, na linha de pesquisa de cultura, processos educativos e formação de professores, pelo Programa de Pós Graduação Stricto Sensu, da UNIOESTE - Francisco Beltrão/PR, bem como cursa a Especialização - Pós graduação, Lato Sensu, de direitos das crianças e adolescentes, pela mesma Universidade. É assessora do Ministério Público do Estado do Paraná, na 28° Seção Judiciária - Comarca de Francisco Beltrão/PR. Possui experiência em pesquisas sobre direito e cultura, direito e literatura, gênero, samba e hip hop.

Sônia Maria dos Santos Marques, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Santa Maria (1987), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Atualmente é professora Associada no Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão. Docente do Curso de Mestrado em Educação, Campus de Francisco Beltrão, linha de pesquisa: Cultura, Processos Educativos e Formação de Professores. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, história, identidade, comunidades quilombola, memória e ensino de história, gênero e violência doméstica.

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Publicado

30-08-2022

Como Citar

Giongo, F. N., & Marques, S. M. dos S. (2022). Se o Hip Hop fosse uma pessoa ele diria exatamente o que eu vou dizer: discursos de cantoras negras de rap de São Paulo/SP. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 13(38). https://doi.org/10.26514/inter.v13i38.4932