DA LINGUAGEM MULTIDIMENSIONAL EMPÁTICA NA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Visualizações: 179

Autores/as

  • Elisangela Giroto Carelli Hermes Uems
  • Ruberval Franco Maciel

Palabras clave:

Linguagem; Linguagem Comportamental; Educação Médica; Medicina; Fonoaudiologia.

Resumen

A imersão empática no universo dos graduandos em medicina, mediada pelos relatos de suas vivências, pela análise dos seus comportamentos e movimentos expressivos, e pela leitura dos seus escritos, é a via para determinar e analisar o que os alunos realmente vivenciam no processo formacional e educativo. É necessário que o futuro clínico descentre-se da sua habitual leitura de mundo para que possa contextualizar subjetiva e socialmente sua experiência clínica. Nesse sentido, objetiva-se investigar como as diferentes formas de acesso à perspectiva de linguagem do outro pode colaborar para o manejo clínico. É possível trabalhar a linguagem empática em tempos de pandemia em ambiente remoto de aprendizagem? Além dos Padrões para Relatórios de Pesquisa Qualitativa (SRQR) foram utilizados como recursos metodológicos todos os materiais didático-pedagógicos aplicados no módulo de Habilidades de Comunicação, Liderança e Gestão (HCLG) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Brasil. Realizou-se grupos focais com os alunos da 1º e 2º séries de graduação em Medicina no ano de 2021. O material transcrito foi analisado baseando-se na teoria da linguística aplicada e translinguagem; sentimento e significado; teoria da Comunicação Não Violenta – CNV e a antropologia médica como marcos teóricos. Ao reconhecer e respeitar a narrativa do aluno, o docente abre mão da presunção de entendê-lo melhor do que o próprio sujeito. Treinar o estudante de medicina a desenvolver uma escuta empática, que não seja direcionada apenas aos sintomas da doença em si, permite entender o paciente como ser humano em todas as suas dimensões: biopsicossocial e espiritual. O encontro clínico revela que os fatos não falam por si mesmos, é pela narrativa que eles ganham sentido.

Biografía del autor/a

Ruberval Franco Maciel

Supervisão do pos doc

Citas

CARRIÓ, F.B. Entrevista Clínica: habilidades de comunicação para profissionais da saúde. Porto Alegre, Artmed, 2012.

DAVIS MH. Measuring individual differences in empathy: Evidence for a multidimensional approach. J Pers Soc Psychol. 1983;44:113–126.

GOLEMAN, D. Liderança: a inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

JOÃO, C.F.G. O uso da empatia na relação médico-paciente e na prática clínica. Mestrado em Ciências da Saúde. Dissertação, 2019. Disponível em:< https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/8838/1/6975_14787.pdf>

LANGFORD, D. J., CRAGER, S.E., SHEHZAD, Z., SMITH, S.B., SOTOCINAL, S.G., LEVENSTADT, J.S., CHANDA, M.L., LEVITIN, D.J. E MOGIL, J.S. (2006). Social Modulation of Pain as Evidence for Empathy in Mice. In: Science, pp. 1967-1970.

LEMKE, J. Affect, identity and representation. International Congress of the Learning Sciences. Chicago, 2010.

________. Feeling and meaning: a unified framework. Disponivel em <http://www.jaylemke.com/feeling-meaning/>. Acesso em: 10 Ago 2019.

MEDICAL SUBJECT HEADINGS (MeSH). National Library of Medicine. Disponível em: <https://www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html>.

MACIEL, R. F.; FERRARI, L. F. D. N. Miradas situadas sobre translenguaje en una escuela en la frontera Brasil-Bolívia. Raído (Online), v. 13, p. 102-122, 2019.

O'BRIEN, B. C.; HARRIS, I. B.; BECKMAN, T. J.; REED, D. A., MPH; COOK, DAVID A.. Padrões para relatórios de pesquisa qualitativa, Medicina Acadêmica: setembro de 2014 - Volume 89 - Edição 9 - p 1245-1251 doi: 10.1097 / ACM.0000000000000388. Disponível em: <https://journals.lww.com/academicmedicine/fulltext/2014/09000/standards_for_reporting_qualitative_research__a.21.aspx>

OXFORD LANGUAGES. Dicionário online. Disponível em: < https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/>.

PARO HBMS, DAUD-GALOTTI RM, TIBERIO IC, PINTO RM, MARTINS MA. Brazilian version of the Jefferson Scale of Empathy: Psychometric properties and factor analysis. BMC Med Educ 2012;12:73.

PARO, HBMS. Empatia em estudantes de medicina no Brasil: um estudo multicêntrico. São Paulo, 2013. Tese(doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

PENNYCOOK, A. Translanguaging and semiotic assemblages. International Journal of Multilingualism, 14(3), 269–282, 2017.

PENNYCOOK, A.; OTSUJI, E. Metrolingualism: Language in the city. London: Routledge, 2015.

PEREIRA, F. G. ; MACIEL, R. F. Processos de construção de sentidos para além da dicotomia verbal e não verbal em contextos médicos. Revista Philologus, v. 25, p. 2674-2681, 2019.

PERES, M. B.; HOLANDA, A. F. A noção de angústia na prática clínica: aproximações entre o pensamento de Kierkegaard e a Gestalt-terapia. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.97-118, jul. 2003. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812003000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 24 jan. 2021.

RESOLUÇÃO CEPE-UEMS Nº 2.025, de 31 de outubro de 2018. Homologa, com alteração, a Deliberação nº 241, da Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, de 28 de agosto de 2018, que altera a Deliberação CPPG/CEPE-UEMS nº 127, de 6 de agosto de 2013, homologada, com alteração, pela Resolução CEPE-UEMS nº 1.369, de 16 de outubro de 2013, que Normatiza o Estágio Pós-Doutoral na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

RIZZOLATTI, G. Premotor Cortex and the Recognition of Motor Actions. In: Cognitive Brain Research, 3, 2, 131- 41, 1996.

ROCHA; C.H.; MACIEL, R.F. Multimodalidade, letramentos e translinguagem: dialogos para a educação linguística contemporânea. In: SANTOS, L.I.S; MACIEL, R.F. (Orgs). Formação e prática docente em Língua Portuguesa e Literatura. Pontes: Campinas, 2019.

ROSENBERG, M. B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

SCHWELLER, M. O ensino de empatia no curso de graduação em medicina. Tese. Unicamp, 2014. Disponível em: < http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/313594/1/Schweller_Marcelo_D.pdf7>

TRAD, L. A. B. Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2009. 19(3), 777-796. https://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312009000300013

Publicado

2023-04-26 — Actualizado el 2023-11-24

Versiones

Cómo citar

Giroto Carelli Hermes, E., & Franco Maciel, R. . (2023). DA LINGUAGEM MULTIDIMENSIONAL EMPÁTICA NA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E LINGUAGEM, 6(12). Recuperado a partir de https://periodicosonline.uems.br/index.php/educacaoculturalinguagem/article/view/6796 (Original work published 26 de abril de 2023)