Vol. 4 Núm. 7 (2020): BIOECONOMIA, MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Bioeconomia é uma parte da ciência econômica que se associa aos sistemas biológicos e recursos naturais com o mote de utilização de novas tecnologias para desenvolver produtos e serviços que possuam impacto positivo em todos os ecossistemas terrestres, bem como, para o desenvolvimento e aumento da qualidade de vida. Portanto, falar de bioeconomia é olhar para a sustentabilidade e a busca constante de um desenvolvimento econômico e social que considere o complexo ecossistema como algo interrelacionado. Acredita-se que, ainda, não se chegou a isso, mas é um processo onde a bioeconomia se insere pela busca de uma maior harmonia entre o econômico, o social, o ambiental e o cultural, para que se possa ter um mundo mais sustentável e se consiga, de alguma forma, frear os problemas que se apresentam, como o fato das mudanças climáticas. Essa edição da revista Desenvolvimento, Fronteiras e Cidadania, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos (PPGDRS), da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) trata desses assuntos, fazendo uma coletânea de artigos que versam sobre a bioeconomia e questões relacionadas ao clima e às mudanças que o planeta enfrenta, em grande parte, fruto do modelo de desenvolvimento linear e compartimentalizado, que vem contribuindo para um desequilíbrio brusco nos ecossistemas terrestres.
A bioeconomia não é, em hipótese alguma, a solução para o desenvolvimento sustentável, mas é uma parte dela. A bioeconomia emprega novas combinações de recursos, gerando tecnologias capazes de contribuir para a redução dos efeitos nocivos, por exemplo, do aquecimento global. Biocombustíveis, por exemplo, são produtos oriundos dos estudos da Bioeconomia. Mas não se resume a isso, o campo da bioeconomia é diverso e auxilia também, na preservação da biodiversidade terrestre, se for utilizado para essa finalidade. A bioeconomia está presente na produção de vacinas, novas variedades vegetais, enzimas industriais, cosméticos, bioplásticos, produtos químicos de base biológica, alimentos, fibras, entre outros.
Dentro da Bioeconomia está, também, a utilização de conhecimentos de base cultural, de diversas etnias, que podem auxiliar na sua preservação e na consolidação de culturas étnicas e no desenvolvimento de sociedades até então relegadas pelo modelo de crescimento até então adotado. Muitos saberes biológicos são provenientes de um patrimônio cultural, que vem sumindo, e pode ser recuperado por esse conceito de bioeconomia. No entanto, a visão compartimentalizada e não integrativa com os diversos ecossistemas do planeta, são uma ameaça, mesmo nesse campo, e é preciso que se tenha consciência disso, para que se possa estancar ou amenizar as mudanças terrestres como as alterações climáticas que podem, inclusive, tornar insustentável a vida humana no planeta. Começa aqui uma discussão sobre bioeconomia e mudanças climáticas na revista do PPGDRS, Desenvolvimento, Fronteiras e Cidadania.